Brasil, 2018: jornalista é vítima de racismo e recebe ameaças de morte

Jornalista baiana foi duplamente vítima de criminosos virtuais. Foi alvo de racismo e, ao expor o caso na rede, recebeu ameaça de morte

A jornalista baiana Maíra Azevedo recebeu ameaças depois de expor um comentário racista feito em seu Instagram. Conhecida nas redes sociais como “Tia Má”, ela falava sobre o candomblé em transmissão ao vivo. Uma das pessoas que a assistiam comentou “monkey”, junto a um emoji de macaco. A comunicadora presentou queixa à promotoria de Justiça de Combate ao Racismo do Ministério Público da Bahia.

Após a repercussão do caso em veículos de grande alcance, o agressor conseguiu o telefone pessoal da jornalista e começou a mandar SMS e a fazer ligações com ameaças. Segundo Maíra, ele disse que iria “acabar com a vida dela se continuasse a repercussão” e afirmou saber onde ela morava.

Na tarde de ontem, Maíra foi a delegacia em Salvador prestar queixa. A jornalista afirmou estar confiante de que o homem que a ameaçou será encontrado pela polícia, já que as ligações e as mensagens de texto não foram feitas a partir de um número privado. Segundo o Correio 24 Horas, essa é a segunda vez que Maíra é discriminada na internet. A primeira vez aconteceu em maio de 2016.

Racismo contra jornalistas

Outros jornalistas negros já foram vítimas de preconceito, ameaças ou injúria racial. Em 2009, o repórter e âncora da TV Globo, Heraldo Pereira, foi chamado de “negro de alma branca” pelo também jornalista Paulo Henrique Amorim. Em 2013, Amorim foi condenado por injúria racial pela Terceira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A pena ficou em 1 ano e 8 meses de prisão, mas foi substituída por restrição de direitos.

Em 2014, a jornalista Joyce Ribeiro, então apresentadora do SBT, registrou queixa à Polícia Civil de São Paulo após ser alvo de injúria racial na página do Facebook da emissora. Um ano depois, em 2015, a jornalista Maria Júlia Coutinho recebeu uma série de ofensas racistas em seu Facebook, motivando campanha que chegou ao topo dos trending topics do Twitter.

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Por Rafael Oliveira

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Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Criada em 2002 por um grupo de jornalistas brasileiros interessados em trocar experiências, informações e dicas sobre reportagem, principalmente sobre reportagens investigativas. É mantida pelos próprios jornalistas e não tem fins lucrativos.

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