Após a demissão do jornalista Carlos Cereto, na última quinta-feira, 1º, denúncias de assédio contra ele tornaram-se públicos. Ex-funcionários do SporTV apontaram situações em que o jornalista teria colocado mulheres em situações constrangedoras por comentários feitos à equipe. Os casos foram divulgados em duas matérias de Gabriel Vaquer para o site Notícias da TV.
O primeiro caso noticiado é parte de uma ação judicial movida por ex-funcionária — que pediu para não ter o nome revelado — contra o Grupo Globo. A jornalista, que trabalhava na produção do canal esportivo, relatou que Cereto a xingava, fazia comentários sobre seu corpo e a fazia dar “voltinhas” na redação. O documento jurídico apresenta testemunhas das situações mencionadas.
Apesar de referir-se a um assédio praticado por Carlos Cereto, o processo destina-se à empresa por ter sido conivente, tendo em vista que, de acordo com a ação movida pela comunicadora, não agiram de modo a proteger sua funcionária. Em primeiro julgamento, a empresa de comunicação foi condenada ao pagamento de uma indenização de reparação moral no valor de R$19 mil.
Nesta sexta-feira, 2, mais dois casos de denúncias contra o jornalista foram divulgados. Ambos teriam sido realizados contra mulheres e seriam similares ao mencionado no processo. Em todas as situações, o departamento de recursos humanos do SporTV foi notificado, mas nada teria sido feito.
Após a publicação de matéria no Notícias da TV, o Grupo Globo, responsável pelos canais SporTV, declarou não permitir que situações como essa aconteçam nas equipes. “A Globo não comenta assuntos da Ouvidoria, mas reafirma que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento. A Globo não tolera comportamentos abusivos em suas equipes e incentiva que qualquer abuso seja denunciado”, declarou a empresa à redação do site de notícias.
A jornalista que relatou ter sido assediada por Carlos Cereto deixou o Grupo Globo e chegou a ficar um tempo desempregada, tanto que chegou a pedir o direito à “Justiça gratuita”. Citado no processo que tem decisão contra a empresa de comunicação, Cereto teve moral no SporTV no decorrer dos últimos anos. Depois de ter desempenhado a função de chefe de redação, ele foi repórter, comentarista e chegou a ter um programa, o ‘Acabou a Brincadeira’, que permaneceu poucos meses no ar.
Detalhe: a decisão em primeira instância contra o Grupo Globo e em desfavor de Carlos Cereto é datada de 2019.
O jornalista Carlos Cereto deixou a Rede Globo na última quinta-feira, 1º. Ele fazia parte da equipe da equipe do SporTV há 20 anos e, neste período, passou por diferentes cargos no canal em que iniciou como repórter. O anúncio foi feito por ele, em uma publicação no Instagram.
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