Na tarde desta terça-feira, 20, o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal publicou no Facebook denúncia contra a Empresa Brasil de Comunicação, que criou restrição para a cobertura do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A entidade veiculou foto dos profissionais da EBC em ato contra a censura.
Segundo as informações do Sindicato, os chefes da Agência Brasil orientaram editores e repórteres a não cobrir os atos em decorrência do episódio. Após a medida, o time de profissionais da imprensa se reuniu para questionar o veto à cobertura, que é reduzida apenas às investigações.
A fan page Comissão de Empregados da EBC também falou sobre o assunto e relatou a situação. No post, eles contam que as chefias “orientaram a não cobrir mais os atos alegando que eles seriam uma ‘exploração política’, censurando manifestações legítimas e importantes”.
Em resposta ao contato da reportagem do Portal Comunique-se, a EBC disse que foi surpreendida com a informação de que houve orientação na Agência Brasil para reduzir a cobertura dos assassinatos de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. “O assunto tem sido amplamente coberto por todos os veículos da EBC. Só a Agência Brasil produziu, do dia 14 de março até 12h09 desta terça-feira, 20, 41 reportagens, seis galerias de imagens, uma reportagem em inglês e duas em espanhol sobre os assassinatos”, descreve.
A EBC afirma que a orientação repassada pela gerência da Agência Brasil “contraria a determinação do comando editorial da empresa de sempre pautar seus veículos pela melhor prática do jornalismo. Seus profissionais devem cobrir todos os temas da agenda nacional, como o caso Marielle, noticiando os fatos do dia a dia”.
Na nota enviada ao Portal Comunique-se, a Empresa Brasil de Comunicação diz que, em razão do ocorrido, o responsável pelo veto foi formalmente advertido, e a direção enviou comunicado a todos os seus empregados reforçando a premissa editorial da empresa.
A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30 da última quarta-feira, 14. A assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços. A Delegacia de Homicídios investiga o caso e trabalha com a linha de execução.
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