Jornalistas de Alagoas iniciaram movimento de greve nesta terça-feira, 25. O motivo por trás da atitude é financeiro. Profissionais da imprensa atuantes no estado nordestino alegam que há estratégias patronais para reduzir o piso salarial. Segundo denúncia do sindicato local, empresas do setor foram além da recusa em reajustar os vencimentos de seus colaboradores. Elas, segundo a entidade, pensam em reduzir o piso em 40% para “novas contratações”.
Diante da possibilidade de ter os salários reduzidos, jornalistas foram às ruas de Alagoas protestar. Ato que foi validado pela Justiça local. Isso porque a desembargadora Anne Inojosa, do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, no último fim de semana negou pedido por parte da TV Ponta Verde. Afiliada do SBT em Maceió, a emissora recorreu ao poder Judiciário para que suas atividades fossem mantidas independentemente da greve.
Além de organização por parte do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal), a greve dos profissionais da imprensa alagoana conta com a chancela da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Presidente da entidade, Maria José Braga deixou Brasília nos últimos dias para acompanhar o movimento diretamente de Maceió. “Contra patrões intransigentes, jornalistas resistentes”, pontua a instituição de abrangência em todo o país.
Com o início da greve, jornalistas de Alagoas se organizaram para “ajudar a quem precisa”. Em seu site, o Sindjornal informa que os grevistas aproveitaram o primeiro dia de protestos contra a redução do piso salarial para incentivar a doação de sangue. Com o nome da “meu sangue pelo jornalismo”, a campanha contou com a van do Hemoal em frente à sede do maior grupo de comunicação do estado, a Organização Arnon de Mello (OAM). Os grevistas ressaltam que, além de ajudar a salvar vidas, quem doa sangue “fica liberado das atividades laborais”.
“A ideia de levar o Hemoal para o nosso movimento foi para colaborar com a campanha permanente de doação de sangue. Nossa doação de sangue vai representar a própria dedicação diária do jornalista à sua atividade. É fundamental a participação de todos”, afirma o presidente do Sindjornal, Izaías Barbosa. A entidade conduzida por ele destaca, ainda, que os comunicadores do estado e demais apoiadores da greve podem usar as hashtags #MeuSanguePeloJornalismo e #ReduçãoSalarialNão nas redes sociais.
Fora as marcações indicadas pelo sindicato, usuários do Twitter apoiaram à causa defendida por jornalistas de Alagoas por meio de #quempagafazaovivo. O termo chegou a ocupar espaço na lista dos assuntos mais comentados na rede no Brasil ao longo desta manhã. A maioria absoluta das postagens visualizadas pela reportagem do Portal Comunique-se validam a greve. Jornalista, Derek Gustavo analisa que a causa vai para além das fronteiras alagoanas. “Se a redução do piso da categoria passa aqui, nada impede que o mesmo aconteça em outros estados. É uma luta de todos”, pontua o comunicador.
O primeiro dia de greve concentrou ações em frente às sedes dos maiores grupos de comunicação de Alagoas: Organização Arnon de Mello, Pajuçara Sistema de Comunicação e Sistema Opinião de Comunicação. Eles são responsáveis, respectivamente, pelas afiliadas locais de Globo, Record TV e SBT. Diante da aderência ao movimento grevista, as emissoras tiveram de replicar conteúdos já exibidos anteriormente. No ar, evitaram dar informações a respeito da paralisação das atividades por parte de quem luta para não ter seus salários reduzidos.
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