Crescimento inorgânico, fortalecimento orgânico – Por Fernando Silveira

Números de julho do Ibope mostram que os serviços de streaming são, hoje, a segunda maior audiência do mercado de entretenimento no Brasil, com 15% do market share. Dados que podem ser ainda maiores, uma vez que a pesquisa considerou apenas televisores, não levando em conta tablets e smartphones.

Esse segmento, cada vez mais competitivo, ganha novo player em novembro, com o desembarque do Disney+ no país. A plataforma é o grande produto da agressiva expansão do companhia que, nos últimos anos, acumulou aquisições multibilionárias como da Marvel, Pixar e Fox. A aposta do grupo no forte crescimento inorgânico aumentou expressivamente seu portfólio para enfrentar concorrentes como Netflix, Amazon e Apple.

Embora efetivas para ampliar a dimensão e os negócios das companhias, as estratégias de M&A só serão sustentáveis se as organizações tiverem preparo, planejamento e clareza sobre seus objetivos. Casos mal-sucedidos – como a fusão que resultou na criação da AOL Time Warner – evidenciam a importância da sinergia quanto aos objetivos de longo prazo. Tudo ser pensado para permitir a ampliação de conhecimento e competências para a companhia.

Bem-sucedido, o crescimento inorgânico é um caminho para potencializar o avanço orgânico. Nesse sentido, a BriviaDez desenvolveu uma estrutura organizacional aliada a metodologias e processos – baseada em exitosas experiências para incorporação de novas organizações. Isso permitiu expandir a atuação em diversos estados – e até além do Brasil. No final do ano passado, cruzamos o Atlântico e chegamos a Portugal. Adeptos da cultura nômade, estamos prontos para que os colaboradores desempenhem suas funções de qualquer lugar do mundo. Aliás, estes tempos de pandemia foram um excelente laboratório nesse sentido, com toda a equipe atuando remotamente.

Nossa oferta de serviços e recursos técnicos aumenta consideravelmente a cada nova aquisição ou fusão, agregando uma série de inovações. Tais negócios permitem ampliar nossa participação no mercado, assim como a presença na carteira atual e nos clientes que recebemos das empresas incorporadas.

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Para sustentar esse modelo, foi preciso construir uma plataforma – estruturada e escalável – que suportasse a política de desenvolvimento inorgânico. Surgiu desse planejamento um conceito denominado FrameWork BriviaDez. Tirá-lo do papel, no entanto, exigiu mais do que apenas organização. Foi necessário investir fundamentalmente em três áreas:

• Tecnologia: não havia uma solução de ponta a ponta que atendesse às complexidades do nosso modelo de operações. Faltava um ferramental de trabalho e de geração de dados que direcionasse a gestão e as decisões, além de proporcionar a busca contínua por eficiência operacional. Isso nos levou a desenvolver um projeto para implementar e integrar uma série de sistemas. Criamos uma plataforma híbrida e flexível para suprir as diferentes necessidades de cada cliente. O foco dessa solução são aplicações adaptativas, de classe global, escaláveis e com alta disponibilidade – tudo para atender uma equipe com profissionais atuando a partir de qualquer lugar do globo.

• Processos: elaboramos uma metodologia de gestão de equipes e demandas baseada no conceito dos métodos ágeis. A estrutura organizacional coloca o cliente no centro, com todos os especialistas conectados aos objetivos do negócio e às entregas do dia a dia. As equipes voltadas ao atendimento estão distribuídas em tribos, squads e chapters.

• Capital humano: seja por questão cultural ou capacidade técnica, a integração dos profissionais é a etapa mais sensível quando se trata da incorporação de novos empresas. Em pouco tempo, um grande contingente de talentos se incorpora às operações. A cada novo negócio, a equipe da BriviaDez se dedica a transferir conhecimento, cultura e metodologia para os estreantes na equipe. Essa dinâmica ocorre durante 100 dias, com ciclos de treinamento em grupo e individuais.

Resumidamente, esses são os três pilares do nosso crescimento inorgânico. É claro que não há uma receita pronta a ser replicada. O que fizemos foi nos aproximar do modelo ideal, respeitando o dinamismo próprio das operações. Cada negócio incorporado traz características e peculiaridades específicas – e isso deve ser observado, sob pena de termos dificuldades futuras. Os procedimentos, portanto, são vistos e revistos com frequência.

Para além da nossa plataforma de serviços voltados à estratégia, experiência e comunicação, adquirimos capacidade de potencializar as empresas incorporadas. Em pouco tempo, escalamos o ganho de resultados dessas companhias, mesmo com seu histórico de dificuldades e diante de cenários adversos. E, assim, reforçamos a estrutura para ajudar marcas a enfrentarem os desafios impostos pela transformação digital.

Fernando Silveira é Chief Operating Officer (COO) da BriviaDez

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