Um dos objetivos do meu trabalho é auxiliar as pessoas a identificarem o que é importante em suas vidas. Embora pareça uma tarefa simples, porque imaginamos que tudo o que fazemos tem relevância, muitas vezes não nos damos conta de que algo que era indispensável há algum tempo hoje já não é mais ou, por estarmos frequentemente com pressa, nem conseguimos analisar se o que fazemos hoje é mesmo imprescindível.
Há algum tempo, eu tinha certeza de que eu queria fazer parte da alta administração da empresa onde trabalhava. Aquele estilo de vida que os executivos levavam, principalmente em relação à questão financeira, era algo que eu desejava e que
acreditava ser essencial para minha vida. Trabalhar muitas horas, estar sempre ocupada e passar o dia todo em reuniões eram parte da minha rotina, afinal, como a maioria dos executivos agia dessa forma, a “mensagem” que eu compreendia era que se eu quisesse seguir aquele caminho, deveria fazer o mesmo.
Mas, um dia, eu me dei conta de que tudo aquilo não me fazia bem. No começo, pensei que era apenas cansaço e que depois de uma noite de sono bem dormida passaria. Mas não passou. Outras fatos ocorreram e percebi que, embora eu quisesse ter uma tranquilidade financeira como eu achava que a maioria dos executivos da empresa tinham, aquilo não era o mais relevante.
Quando o choque inicial passou, afinal, eu teria que mudar tudo o que havia planejado até aquele momento, além de abandonar alguns hábitos, comecei a observar como eu me sentia e em que pensava enquanto fazia algo. Foi a partir daí que eu me dei conta de que estar com as pessoas no trabalho me fazia muito bem. Ajudá-las era algo que eu adorava e, quando fazia isso, nem via o tempo passar. Gostava de ver que eu poderia tornar o trabalho de alguém mais fácil, mais prazeroso e contribuir com o seu crescimento profissional.
No entanto, percebi que fazer isso não era tão relevante para a empresa. Conseguir um novo contrato era o que seria valorizado, mesmo que isso gerasse horas extras de trabalho. Assim, o que era essencial para mim dificilmente me levaria à alta administração daquela organização. Resumindo, se eu chegasse a ser uma executiva naquela empresa, provavelmente ficaria bastante insatisfeita, pois teria abandonado o que realmente queria: ter tempo e disposição para contribuir com o crescimento de outros profissionais.
Por isso, convido você a observar como se sente e em que pensa enquanto realiza alguma atividade. Esse tipo de atitude, com certeza, irá trazer indicações se está no caminho certo ou se deixou de lado aquilo que realmente importa para sua vida. Ao fazer isso, montar um plano de ação e colocar em prática as mudanças necessárias torna-se menos desafiador.
É possível que você se dê conta de que aquele sonho de morar na praia e ficar o dia todo no mar não é o seu desejo real. Também pode ser que você precise apenas fazer pequenas mudanças em sua rotina para ter o que realmente importa, por exemplo, começar a ir para o trabalho de bicicleta ou tomar café da manhã com a família. Enfim, ser importante não significa ser algo grande. Ser importante significa ser algo essencial para sua felicidade.
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