O ano não começou bem para um setor em específico da mídia brasileira. De acordo com dados oficiais divulgados nesta semana pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o mercado de TV por assinatura perdeu mais de 180 mil usuários somente em janeiro.
Conforme registro do site Minha Operadora, o primeiro mês de 2021 contabilizou o encerramento de 183,3 mil contratos de TV paga no país. Com isso, o volume de clientes do setor segue em retração. No comparativo de um ano (janeiro de 2021 X janeiro de 2020), o mercado encolheu 4,97%, indo de 15,4 milhões de usuários para 14,6 milhões.
Com menos assinantes, o setor perde densidade entre a população brasileira como um todo. Segundo a Anatel, o serviço de TV por assinatura é, atualmente, disponibilizado a 21 pessoas a cada 100 mil habitantes.
Entre as operadoras, a Claro (que passou a controlar a Net) domina o mercado. Quase metade dos clientes ativos de TV paga no Brasil está atrelada à empresa: 47,21%. Na sequência, aparecem Sky, Oi e Vivo. Elas registram 30,43%, 11,64% e 8,47% da fatia do mercado, respectivamente.
Os dados relativos a janeiro não são um ponto fora da curva para o setor. Depois de fechar 2014 com recorde de assinantes (19,6 milhões), a TV paga só perdeu espaço entre o consumo de brasileiros. No fim de 2020, por exemplo, a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) informou que o volume de clientes estava na casa dos 14,9 milhões.
Alguns analistas atrelam a perda de espaço da TV por assinatura ao surgimento de serviços de streaming, como a Netflix, no decorrer dos últimos anos. O novo tipo de concorrência, contudo, não pode ser definido como o único vilão na história. Isso porque a área é alvo de “pirataria”. Ação que, além do “desvio” de cabos, passou a contar com oferta ilegal por meio de IPTV (sigla que indica a disponibilização de recursos de televisão na internet).
Simples busca pelo Google indica que há site oferecendo pacote com mais de 16 mil canais por mensalidade de R$ 29,90, algo inimaginável para o produto original e legalizado, no qual um plano gira em torno de R$ 100,00 mensais.
O problema da pirataria tem feito a ABTA e seus associados se movimentarem no âmbito do Judiciário. Dessa forma, a partir de ação movida pela entidade, um youtuber foi condenado, em 2017, a pagar multas diárias, pois havia disponibilizado em seu canal tutoriais de como burlar o sinal legal de TV por assinatura.
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