Aberta consulta pública sobre estratégia para transformação digital do Brasil

O ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) recebe, até 31 de agosto, contribuições em consulta pública sobre a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital. O documento-base da estratégia está disponível para quem se cadastrar para participar da consulta.

“É uma consulta que visa adaptar o Brasil ao mundo digital, que a cada ano se renova. Queremos que, de maneira efetiva, possa agilizar e preparar o país para permanente mudança, num momento em que a bola da vez é a Internet das Coisas”, destacou o ministro da pasta, Gilberto Kassab, durante o lançamento da consulta. A Internet das Coisas (em inglês, Internet of Things – IoT) é a rede de objetos que se comunicam e interagem de forma autônoma, via internet.

A proposta de estratégia digital foi elaborada por grupo interministerial que debateu o tema em 18 reuniões. Cerca de 130 especialistas foram ouvidos pelo governo durante a elaboração. Após inserir as contribuições da população, o documento, que servirá de parâmetro para norma, deve ser encaminhado até o final do ano para a Casa Civil.

Kassab afirmou os avanços da tecnologia também mudam a relação das pessoas com o emprego. “O mundo começa a se preparar para viver fase de mais avanços, mais tecnologia e menos empregos, fazendo com que a gente possa definir a vida das pessoas em função dessa nova circunstância. Daqui para frente, as pessoas trabalham menos, para que mais pessoas possam trabalhar: vão poder cuidar mais das suas vidas pessoais, vão poder dar mais atenção a seus filhos, cuidar melhor da sua saúde. Em função dessas transformações [digitais], o Brasil, com algum atraso, tenta fazer com que adaptações aconteçam”, disse o ministro.

O uso de dados digitais pode ser usado para criar ou modificar os negócios. Segundo a equipe que elaborou o documento, entre 2005 e 2012, o fluxo de dados no mundo aumentou 40 vezes. “Os britânicos, por exemplo, declaram ser economia movida por dados”, disse a diretora do departamento de políticas e programas setoriais em tecnologia da informação e comunicações, Miriam Wimmer.

Leia mais…

Brasil tem mais de 200 milhões de celulares com acesso à internet

Estudo propõe prioridades para desenvolvimento da internet das coisas no país

Além de igualar as políticas de tecnologia do país às globais, a estratégia contribui para a recuperação da competitividade brasileira, segundo o secretário de Política de Informática do ministério, Maximiliano Martinhão. “É utilizar as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) para vencer os desafios que o Brasil tem em termos de competitividade e produtividade. Se analisarmos, nos últimos 3 ou 4 anos, o Brasil perdeu competitividade”, afirmou.

A proposta prevê 100 ações de interesse do poder público, dos cidadãos e do setor privado, que incluem o relaxamento de barreiras regulatórias.

Propostas para educação e economia

Entre as propostas destacadas pelo governo, está a de levar banda larga a 25 mil escolas públicas. A velocidade da conexão será definida a partir do porte da instituição. Diagnóstico produzido durante a elaboração da estratégia digital mostrou que 59% das escolas públicas de ensino básico têm acesso à internet, sendo 24% delas na região rural.

Também há propostas de melhorar a conectividade de empresas de telemarketing, favorecendo a excelência nos negócios desse tipo de companhia, e de ampliar para dois mil indicações de serviços no portal do governo federal e, ainda, investir em 200 startups digitais por ano.

O diretor do departamento de temas científicos e tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Benedicto Fonseca, destacou a necessidade de política unificada no campo digital. “É um momento necessário para que um instrumento como esse, que confere organicidade às ações de governo e que indique rumos em relação às TICs em favor do desenvolvimento social e econômico, seja pensado. Se notou como há, em cada setor do governo e da sociedade, iniciativas importantes sendo conduzidas de maneira independente, esparsa. Não só nos habilita na discussão internacional, mas identifica áreas que vamos priorizar”, declarou.

*Edição: Lidia Neves

*Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil

Compartilhe
0
0
Agência Brasil

Agência pública de notícias criada em 1989, logo após a incorporação da Empresa Brasileira de Notícias (EBN) pela extinta Empresa Brasileira de Comunicação (Radiobras). Em 2007, com a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que incorporou a Radiobras, passou a integrar o sistema público de comunicação.

Recent Posts

Relatório aponta dados de desempenho da pequena indústria

Segundo os dados apresentados no Panorama da Pequena Indústria de abril de 2024, publicado no…

59 minutos ago

Dubai lança plano global para inteligência artificial

Dubai lançou um plano para a inteligência artificial (IA); um plano anual concentrado em aproveitar…

2 horas ago

Dubai lança plano global para inteligência artificial

DUBAI, Emirados Árabes Unidos 2/5/2024 - Dubai lançou um plano para a inteligência artificial (IA);…

2 horas ago

Grupo AG Antecipa lança o programa AG Partners

Para expandir o seu mercado junto as empresas, o Grupo AG Antecipa, há 20 anos…

2 horas ago

Grupo AG Antecipa lança o programa AG Partners

Programa de parceria tem como foco assessores de investimentos, consultores financeiros e correspondentes bancários

2 horas ago

EVERTEC informa resultados do primeiro trimestre de 2024

EVERTEC, Inc. (NYSE: EVTC) (“Evertec”, a “Empresa”, “nós” ou “nosso”) anunciou hoje os resultados do…

3 horas ago