Aos 76 anos, José Roberto Guzzo é o mais novo jornalista digital do país. Fora da Veja desde meados de outubro, com direito a ter a sua história com a publicação “apagada” pela direção da casa, o comunicador não ficou um mais desempregado. Nas últimas semanas, ele estreou dois projetos específicos para a internet. Agora, ele é blogueiro do Metrópoles e da Gazeta do Povo.
No Metrópoles, site com redação baseada em Brasília e que teve a diretora Lilian Tahan como finalista do Prêmio Comunique-se 2019 como executiva de veículo de comunicação, Guzzo começou a colaborar no dia 31 de outubro. O primeiro texto para a sua versão blogueiro analisa o que é uma boa reportagem. “É aquela que o leitor começa a ler, tem vontade de continuar e só para quando chega ao fim”, define.
A parceria de Guzzo com o Metrópoles vai além de mera colaboração esporádica. Em sua coluna digital, o experiente jornalista já produziu mais de 10 artigos. Entre os conteúdos estão críticas ao ex-presidente Lula. Para o blogueiro, o petista deixou a prisão pregando ideias que “levaram à recessão, desemprego e caos“. Sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que a trupe “faz política, não direito“.
Quatro dias após estrear como blogueiro do Metrópoles, José Roberto Guzzo deu início a mais um projeto profissional. Ele foi apresentado como o mais novo colunista da Gazeta do Povo. No veículo sediado em Curitiba, a colaboração é mais amena. Desde o dia 4 de novembro, o comunicador produz dois novos textos por semana. Artigos esses que serão sempre publicados às segundas e quintas à noite.
Assim como fez para o Metrópoles, Guzzo já criticou Lula e o PT em materiais para a Gazeta do Povo. No texto inaugural, afirmou que o país estaria pior caso o petista Fernando Haddad tivesse superado Jair Bolsonaro na eleição presidencial do ano passado. Sobre o ex-presidente da República, o jornalista lembrou algo relacionado à lei da ficha limpa. Apesar de solto, o político segue inelegível. “E não foi absolvido de nada”, destacou o blogueiro.
O anúncio do acerto entre Guzzo e a Gazeta do Povo foi feito por meio de podcast. O mais novo blogueiro da marca conversou com Márcio Miranda, que apresenta o programa diário ’15 Minutos’. Na atração, aproveitou para analisar o próprio jornalismo brasileiro. Falou que o meio sofre com falta de credibilidade junto ao público. Como exemplo, classificou com “fraca” a reportagem do ‘Jornal Nacional’ (TV Globo) sobre o depoimento do porteiro do condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
As novidades profissionais de José Roberto Guzzo não param com os trabalhos como blogueiro para Gazeta do Povo e Metrópoles. No último domingo, 10, ele estreou como colunista do Estadão. Semanalmente, analisará aspectos políticos e econômicos do Brasil para o veículo de comunicação. Os artigos, conforme divulgado pela equipe de O Estado de S. Paulo, estarão presentes no impresso e no digital.
“O que mais me chama atenção hoje é que existem dois países: um Brasil real e um Brasil imaginário”, comentou Guzzo, de acordo com o Portal dos Jornalistas. “O Brasil real é o Brasil que trabalha, que produz, pujante, que demonstra isso com fatos, resultados. O Brasil imaginário é o País da crise diária, onde tudo é problema, motivo de impeachment do presidente, motivo para o fim do mundo. Esse é um Brasil que, na minha opinião, é falso, não chega às pessoas, porque elas não se importam com ele”, prosseguiu o blogueiro e colunista.
Em outubro, José Roberto Guzzo usou o Twitter, ao responder um internauta, para avisar que seu ciclo como funcionário da Editora Abril chegara ao fim. Alegou que a direção da revista Veja se recusou a publicar um artigo seu com críticas aos membros do STF. Em meio a situação, o comando da publicação excluiu sumariamente de seu site a página ‘Fatos’. O espaço apresentava os artigos que eram publicados originalmente no impresso.
Apesar de “apagado” no site da Veja, Guzzo tem o nome registrado na história da revista, que há meses tem Maurício Lima como o número 1 de seu jornalismo. Guzzo foi o diretor de redação mais longevo do título, ocupando o posto por 15 anos, de 1976 a 1991. Nos últimos tempos, integrava o Conselho Editorial do Grupo Abril e também produzia textos. Além da Veja, publicava artigos para a Exame. Agora, após ser “apagado” da empresa que está em processo de recuperação judicial, o jornalista segue a vida profissional com três novos projetos.
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