O Facebook anunciou no início do mês que vai passar a veicular programas jornalísticos de algumas emissoras no seu serviço de vídeo chamado Watch (assista, em inglês). Os noticiários serão produzidos exclusivamente para o Facebook por emissoras importantes nos Estados Unidos, como ABC, CNN e Univision.
O serviço de vídeos foi lançado em outubro de 2017 como uma estratégia da empresa de entrar no mercado de vídeo online, já que o principal concorrente da plataforma, a Google, é líder neste segmento com o YouTube. O foco é a veiculação de séries e outros programas na forma de capítulos. O serviço ainda não está disponível no Brasil.
Vão ser disponibilizados no canal de vídeos os programas ‘Anderson Cooper Full Circle’, da CNN, ‘Fox News Update’, da Fox, ‘On Location’, da ABC, e uma revista audiovisual voltada ao público hispânico. Os conteúdos serão exclusivos e direcionados para a audiência da plataforma.
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Diretores do Facebook disseram em entrevistas a veículos especializados que a iniciativa é uma forma de promover conteúdos de qualidade e de referência para os usuários, uma forma também de responder às críticas sobre o papel da plataforma na divulgação das chamadas notícias falsas (fake news).
O anúncio é um marco importante. Até agora, a despeito das diversas funcionalidades que oferece, o Facebook é uma rede social que serve de espaço para a circulação de textos, imagens e vídeos de terceiros. Com essa iniciativa, mesmo que ainda em parceria, passa a ser promotora de conteúdos próprios, tornando-se também uma empresa de mídia.
Na avaliação do pesquisador do programa de pós-graduação do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Carlos Caribé, a iniciativa dará mais poder à plataforma, que já tem mais de 2 bilhões de usuários, e pode ter efeitos importantes sobre o debate público.
“O Facebook faz um movimento de trazer para dentro de si cada vez mais tipos de serviços, agora a produção noticiosa. Como a companhia tem acesso a dados dos usuários, isso pode ser usado para a elaboração de notícias e personalizar os conteúdos, o que pode estimular as chamadas bolhas ideológicas”, disse.
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