Fake news é guerra – por Heródoto Barbeiro

Divulgar notícias falsas sobre os adversários e inimigos é tão antigo como as conquistas romanas na antiguidade. Faz parte de uma guerra psicológica hoje que consiste essencialmente em manejar toda a tecnologia com o propósito de abalar a moral dos opositores do governo.

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Grupos supostamente anônimos sabem da profunda influência, principalmente pelas possibilidades quase ilimitadas do seu uso como arma para desmoralizar os adversários, assassinar reputações de pessoas, entidades e empresas. É um vale tudo que chega através principalmente no compartilhamento das redes sociais, e muita gente se esquece de se perguntar se o que está alí é verdade ou não e na dúvida … compartilhar. Os romanos infiltravam pessoas no campo do inimigo para criar cizânia, desinformação e confusão no exército inimigo.

As novas tecnologias dificultam ainda mais as autoridades de identificar quem são os produtores e divulgadores de fake news e responsabilizá-los na Justiça. Para montar um centro irradiador de notícias falsas é preciso sigilo, um número limitado de operadores, um local indeterminado, mas de grande alcance populacional. É exigido um alto grau de perfeição para que o público acredite no que está sendo divulgado e, para isso, há um treinamento especial para selecionar os temas mais impactantes e mais difíceis de serem checados pela audiência. Tudo fantasiado de verdade. Pelo menos é assim que age o exército do Tio Sam.

Para montar um centro irradiador de notícias falsas é preciso sigilo, um número limitado de operadores, um local indeterminado, mas de grande alcance populacional

Heródoto Barbeiro

A questão moral de se financiar uma geradora de fake news está fora de cogitação, é o vale tudo, uma vez que o mundo está mergulhado na Segunda Guerra Mundial. O comando americano na Europa decide implantar, em Luxemburgo, uma emissora que usa a mais recente tecnologia do rádio para instalar uma emissora destinada a confundir os nazistas que resistem ao avanço das forças Aliadas.

Nasce a Operação Annie. Ela se apresenta falsamente como uma rádio militar alemã, patriótica, com tendências independentes e propagadora de notícias falsas para confundir o exército inimigo. Ela é inaugurada em 1944 e funciona até o final do conflito, quando o Reich é definitivamente derrotado em maio de 1945, com a chegada das tropas soviéticas que tomam a capital Berlim.

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Heródoto Barbeiro

Comentarista do ‘Jornal da Record News’, noticiário do qual atuou por anos como âncora e editor-chefe. Já foi professor de história, carreira que seguiu por quase 20 anos. Na imprensa, passou por CBN, Rádio Globo, Jovem Pan, TV Cultura, TV Gazeta e Diário de S. Paulo. Edita o Blog do Barbeiro – Barba, Bigode e Cabelo, hospedado pelo R7. É "Mestre do Jornalismo" do Prêmio Comunique-se na categoria 'Âncora de Rádio'

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