A jornalista Helena Chagas, colunista política do portal Os Divergentes e ex-ministra-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, destacou a importância do papel da TV Câmara como instrumento da democracia. Durante o seminário na quinta-feira, 7, em homenagem aos 20 anos da emissora, ela citou como desafio da comunicação, tanto pública quanto privada, levar informação política à sociedade com uma linguagem acessível.
“Disseminou-se a ideia de que não é necessário investir na comunicação pública, quando já existem grandes veículos privados; mas, na comunicação pública, o sujeito é o cidadão, a TV é feita para a cidadania. E os veículos privados, naturalmente, fazem conteúdo para um consumidor”, lembrou.
Helena Chagas disse que é necessário pensar num modelo de financiamento para o setor que não seja apenas orçamentário. “Devemos assumir que, para fazer comunicação pública, é preciso de dinheiro sim, e que não é dinheiro jogado fora”.
Segundo ela, não é pecado buscar a audiência na comunicação pública. Mas a grande diferença deve estar na seleção de notícias. “A agenda da comunicação pública, da TV Câmara, por exemplo, tem que ser voltada para a discussão de políticas públicas, de iniciativas de interesse da cidadania”, frisou a jornalista. Helena Chagas também foi dirigente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Alon Feuerwerker, jornalista da FSB Comunicação e analista político, destacou o fato de que não existe o problema das fake news na TV Câmara. “A TV trata mais de fatos do que de opiniões. Todos os pontos de vista políticos estão representados, porque a TV tem a obrigação funcional de se ater aos fatos e uma pressão política para ser pluralista”, declarou.
Ele observou que a TV Câmara, ao transmitir as votações e reuniões do Parlamento, propicia uma grande redução de custos para o jornalismo privado.
O jornalista Severino Motta, do portal de entretenimento e notícias BuzzFeed, contou que os vídeos da TV Câmara são usados no site para ajudar a esclarecer notícias – como, por exemplo, o boato de que o deputado Tiririca (PR-SP) teria renunciado ao mandato, o que não aconteceu.
Ele disse que o BuzzFeed, nascido no meio digital, busca uma linguagem diferenciada para alcançar maior empatia com o público jovem, numa “conversa aberta com o internauta”.
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Reportagem: João Pitella Junior
Edição: Pierre Triboli
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