Empresa de comunicação veicula editorial em tom crítico ao chanceler brasileiro
Além do ministro Ernesto Araújo, Grupo Bandeirantes de Comunicação se volta contra o deputado Eduardo Bolsonaro
Ernesto Araújo não está à altura do cargo que ocupa no governo federal. Ao menos essa é a opinião do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Na sexta-feira, 20, o conglomerado de mídia se posicionou contra o trabalho do ministro das Relações Exteriores. Em editorial divulgado no ‘Jornal da Band’, a empresa se refere ao chanceler como alguém “idiota”, “inepto” e “incapaz”.
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O posicionamento do Grupo Bandeirantes de Comunicação ocorreu após Ernesto Araújo sair em defesa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Dias antes, o parlamentar e filho do presidente da República acusou o governo chinês de tentar esconder para o restante do mundo a gravidade do novo coronavírus. Postura que foi rebatida pelo embaixador da China no país. Ao entrar na discussão, o chanceler brasileiro pediu para que o embaixador chinês pedisse desculpas.
A postura pode, segundo o editorial do Grupo Bandeirantes de Comunicação lido pelo âncora Eduardo Oinegue, colocar o Brasil em conflito com o seu principal parceiro comercial. Além de chamar Ernesto Araújo de “idiota”, “inepto”, “incapaz”, “lamentável”, “idiotizado” e “despreparado”, a empresa midiática chama Eduardo Bolsonaro de “deputado imaturo”. A crítica maior, porém, se voltou mesmo ao chanceler. Questiona-se por mais quanto tempo ele permanecerá no cargo. “Por quanto tempo ainda veremos um idiota ocupar a cadeira de Rio Branco, Afonso Arinos e San Tiago Dantas?”.
Sem resposta
No dia seguinte ao editorial exibido pelo ‘Jornal da Band’, Ernesto Araújo se posicionou publicamente. Pelo Twitter, o chanceler “devolveu” alguns termos utilizados pelo conglomerado. Afirmou que os conteúdos contra ele foram “irresponsáveis e idiotizados”. “Apenas um registro: estou me dedicando inteiramente ao trabalho de repatriação dos brasileiros retidos no exterior e não tenho tempo para responder aos desaforos irresponsáveis e idiotizados de uma emissora como a Band”, publicou o ministro.
Parceria chinesa
Após o editorial, alguns apoiadores do chanceler foram às redes sociais para associar um inexistente interesse comercial da Band com a China. Divulgaram a notícia de que o grupo brasileiro havia se tornado parceiro do maior conglomerado de mídia do país asiático, o China Media Group. Acontece que veículos do próprio GBC divulgaram o acordo — editorial — em novembro de 2019. Vale destacar que, no mesmo mês, o China Media Group também fechou parceria similar com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que é vinculada, de certo modo, ao governo federal.