Na quarta-feira, 23, a Iniciativa de Integridade de Notícias (NII), projeto da City University of New York (CUNY) Graduate School of Journalism, publicou roteiro no qual enumera seus objetivos e planos para o futuro: promover a confiança no jornalismo, combater a desinformação e contribuir para o debate inclusivo, construtivo e respeitoso na esfera pública.
Para isso, a iniciativa está formando alianças com parceiros de diferentes países dos setores de mídia, tecnologia, terceiro setor e academia, entre outros. A ideia é providenciar pesquisas, eventos, bolsas e outras atividades em conjunto para aproximar o público e os jornalistas, construindo relação de colaboração, respeito e confiança mútuos por meio do diálogo e da transparência.
“Estamos priorizando o jornalismo que escuta, reflete e responde às necessidades e objetivos da comunidade a que serve, e que se esforça para construir pontes entre pessoas e promover a empatia e a tolerância”, escreveu a diretora-gerente do projeto, Molly de Aguiar.
Esses aspectos são fundamentais para o projeto, cujo financiamento deve ser investido em soluções para os desafios de diversidade e empatia que o jornalismo enfrenta. Cinco meses após sua criação, a iniciativa recebeu US$ 14 milhões. Entre os financiadores, estão parceiros como Facebook e Fundação Ford.
Segundo a NII, a prioridade agora é iniciar projetos que deem espaço para vozes marginalizadas, cultivem a diversidade nas organizações de mídia, trabalhem a empatia entre pessoas de diferentes origens e opiniões e mitiguem os efeitos da desinformação. O processo inclui ajudar os jornalistas a aprender novas formas de escuta e trazer as organizações jornalísticas para mais perto do público, em múltiplas plataformas. Molly destacou sua defesa de ampliar a cobertura inclusiva e a diversidade racial e étnica nas redações, a fim de torná-las mais representativas e competentes.
A iniciativa também estuda questões relacionadas à desinformação e à manipulação, reconhecendo que sua disseminação afeta a credibilidade do bom jornalismo. Segundo Molly, a intenção é apoiar os esforços que minimizem seus impactos e fomentar entre os leitores um novo modo de se compreender as notícias.
Ao mesmo tempo, a NII promete continuar a atuação junto ao Tow-Knight Center for Entrepreneurial Journalism, da CUNY, que tem aproximado publishers e plataformas para trabalho colaborativo. “Fundamentalmente, nós temos visto a NII como um projeto de serviço público“, afirmou Molly em entrevista ao NiemanLab.
“Queremos que as pessoas se sintam empoderadas – que se sintam visíveis, valorizadas e envolvidas com suas comunidades – por estarem munidas com a informação que as capacita para tomar decisões, aprofunda sua empatia e fortalece sua noção de pertencimento nos lugares em que vivem e trabalham”, declarou a executiva.