“Bom dia, São Paulo. Bom dia, Brasil”. Com seus tradicionais dizeres, Joseval Peixoto fez mais do que simplesmente encerrar mais uma edição do ‘Jornal da Manhã’, programa sob a sua condução desde 1980. Nesta sexta-feira, 21, o comunicador se despediu dos ouvintes da Jovem Pan. Em meio às homenagens preparadas pela emissora e por colegas da rádio, o âncora não conteve a emoção e chorou.
A relação de Joseval Peixoto com a Jovem Pan vai além da coincidência das iniciais “JP”. Em duas passagens, o profissional soma 52 anos como contratado do veículo de comunicação sediado na capital paulista. Na primeira, em meio as décadas de 1960 e 1970, atuou como locutor esportivo. Na emissora, coube a ele narrar a final da Copa do Mundo de 1970. Realizada no México, a competição consagrou o tricampeonato da seleção brasileira.
Depois de anos mudando de emprego, tendo passagens por Rádio Bandeirantes (onde iniciou a carreira de narrador) e Tupi, voltou de vez à Jovem Pan em 1978. Seguiu na crônica esportiva por pouco tempo, trocando as noites nos estádios pelas manhãs nos estúdios da emissora na Avenida Paulista, na capital paulista. No ar em pleno horário nobre do rádio, tornou-se um dos comunicadores mais conhecidos do país.
Ainda sem anúncio final, a saída de Joseval Peixoto deve fazer com que a direção da Jovem Pan oficialize Thiago Uberreich como principal âncora do ‘Jornal da Manhã’. Pelo Facebook, Thiago prestou homenagem ao amigo (e ídolo). “Quis o destino que em 2016, já com 11 anos de Jovem Pan, eu fosse dividir a bancada do ‘Jornal da Manhã’ com ele. Joseval Peixoto é um ícone: uma das maiores vozes e mentes que já empunharam um microfone. É dono de um dos maiores improvisos que já vi”.
Natural do Rio de Janeiro, Joseval Peixoto iniciou a carreira na rádio ZR 84, em Piracicaba (SP), quando tinha 15 anos. Hoje, aos 80, soma passagens por grandes emissora do dial e da televisão. Foi apresentador do SBT e teve rápida passagem como comentarista da TV Gazeta. Seus trabalhos, porém, não se resumem à imprensa. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), foi promotor da Justiça Militar e é sócio-fundador do escritório JP-Advogados, sendo especialista em direito criminal e crimes de sonegação fiscal.
“Profundo conhecedor da área jurídica, ele agora seguirá sua trajetória em outro campo, com o fôlego de um menino vai abraçar novos projetos e se dedicará mais à família”, informa a equipe da Jovem Pan em texto-homenagem ao comunicador de 80 anos. Conforme sinalizado, Joseval Peixoto deixa de vez a imprensa para se dedicar (ainda mais) ao seu escritório de advocacia. Certamente, ele trabalhará para ter o que sempre desejou aos ouvintes da Jovem Pan: um bom dia.
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