A autora de uma tese que revisei recentemente ficou desesperada quando informei o preço do serviço. É que, devendo não ter entendido bem quando expliquei como se cobrava pelo trabalho, que, para não variar, era para ontem, ela achou que lauda fosse página. Não é, até porque nenhum texto é igual a outro, cada um tem sua formatação (margem, tamanho de letra, tipo de fonte e formato de papel), influenciando no número de páginas, da mesma forma que cada revisor tem sua lauda, que pode ser de 1.250, 1.400, 1.800 e 2.100 caracteres, e seu preço. Isso mesmo, lauda é a quantidade de toques, incluindo o espaço, em um texto. Para não precisar da ajuda de calculadora na hora de saber a quantidade laudas, uso a lauda de 1.000 caracteres, número pelo qual divido a quantidade de caracteres do texto a ser revisado, que, no meu editor de texto, aparece quando se clica nas opções “Revisão” e, dentro desta, “Contar Palavras”, que se encontram na parte de cima da página, ou clicar na opção “Palavras”, no rodapé. Por exemplo, nos 1.635 caracteres deste texto, há 1,6 lauda. Mas não importa o tamanho da lauda, porque o que conta mesmo é seu preço, ou seja, quem cobra, por exemplo, R$ 5 por uma lauda de 1.000 caracteres cobra o mesmo que cobra quem trabalha com uma lauda de 1.250 (R$ 6,25), 1.400 (R$ 7), 1.800 (R$ 9) ou 2.100 (R$ 10,5). Mais interessado em correr o risco de ser chamado para fazer outros trabalhos da pessoa para a qual eu havia sido recomendado e ser indicado por ela para outras pessoas do que fazê-la ficar em uma saia justa na hora de pagar, fiz de conta que as quase 250 laudas revisadas fossem cerca de 100 páginas!
*Edson de Oliveira. Revisor de textos há mais de 20 anos, corrigindo principalmente legendas de vídeo, transcrição de áudio e textos jornalísticos, é editor dos blogues EFMérides e Blogue da Revisão.