Um tema tem predominado os noticiários dos principais veículos de comunicação do país ao decorrer dos últimos dias. É a chamada “lista de Fachin”. O nome faz referência ao ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a abertura de inquérito contra 108 personagens ligados à política brasileira. O assunto foi divulgado em primeira mão pelo site do Estadão, em reportagem de Breno Pires. O trabalho da imprensa, porém, não tem sido apenas relatar os fatos. Uma revista e um colunista tiveram que se posicionar, pois acabaram se tornando pauta. Carta Capital e Diogo Mainardi foram citados por delatores vinculados à empreiteira Odebrecht.
Ex-colunista da Veja, comentarista do ‘Manhattan Connection’ (GloboNews) e criador do blog O Antagonista, Diogo Mainardi teve o nome citado em depoimento do vice-presidente da Odebrecht Energia, Henrique Valladares. O executivo, que não se lembrava do nome do analista político [que foi soprado por um interrogador], afirma que o membro da imprensa estava “reunido na mesma mesa” com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o empresário Alexandre Accioly. O encontro, segundo o delator, teria ocorrido em restaurante no Rio de Janeiro. A declaração do ex-VP da empreiteira foi divulgada em vídeo no canal do Diário do Poder no YouTube e repercutida pelo site da revista Fórum.
Publicado originalmente na noite de quinta-feira, 13, o texto da Fórum destaca a citação a Diogo Mainardi como algo “URGENTE” (em caixa alta mesmo) e garante que o articulista estaria presente “em um encontro em que teriam sido negociadas propinas da empreiteira”. Com a repercussão do caso, o colunista usou a página que controla na internet para negar que tenha jantado com o ex-presidenciável tucano. “Isso é mentira. O jantar nunca ocorreu. Cruzei com os dois no Gero – mais de uma vez – e sempre os cumprimentei”, escreveu em O Antagonista. Ele aproveitou para fazer um “alerta” à operação mantida pela Polícia Federal. “É evidente que eu não teria o menor problema em admitir um jantar com Aécio Neves e Alexandre Accioly. Mas, como se trata de uma mentira, serve de alerta para a Lava Jato. Esse delator inventa coisas”, afirmou.
Depois do texto rebatendo a declaração de Henrique Valladares, o integrante do programa ‘Manhattan Connection’ gravou vídeo com críticas à Fórum e ao editor-chefe do veículo de imprensa, o jornalista Renato Rovai. O colunista garante mais uma vez que não jantou com Aécio Neves. Além disso, demonstra irritação com a frase que consta na reportagem do site da revista, de que no tal jantar propinas a serem pagas pela Odebrecht teriam sido negociadas. Na interpretação de Diogo Mainardi, o trecho dá a entender que ele teria “participado, assistido, testemunhado a negociação de propina”. Com base nisso, ele informa que processará a publicação e, sem mostrar prova alguma, chama Rovai de “bandido e criminoso”. “Quem recebeu ‘bola’ dessa ‘orcrim’ que governou o país foi você, foi sua revista”, acusou o articulista citado em delação. “Vou quebrar essa joça”, ameaçou.
Chamado de “bandido”, “criminoso”, “safado” e de alguém envolvido com organização criminosa, o jornalista Renato Rovai usou o perfil que mantém no Facebook para responder o criador de O Antagonista. O editor-chefe da Fórum definiu como “desespero” o vídeo acusatório de Diogo Mainardi. “Se ele acha que eu tenho medo de cara feia e de ameaça feita com postura de louco, tá muito enganado. Evidente que como bom democrata vou lhe dar o direito de provar o que está dizendo”, afirmou o profissional em post veiculado na manhã desta sexta-feira. “Quanto ao que escrevi, ele tem que resolver seu problema com quem o delatou. E tem que aproveitar e pedir pro marqueteiro do Aécio ficar de bico fechado sobre suas relações com o Antagonista”, complementou.
Enrolados com a operação Lava Jato, Emílio Odebrecht e seu filho, Marcelo Odebrecht, donos da empreiteira, afirmaram em suas delações que repassaram R$ 3 milhões para a Carta Capital. Segundo reportagem da Veja.com publicada na noite de terça-feira, 11, o dinheiro repassado para a revista dirigida por Mino Carta “saiu do departamento de propinas” da construtora. Conforme destaca o site do veículo de imprensa da Editora Abril, o repasse financeiro foi fruto de pedidos feitos por Guido Mantega e Lula.
A Carta Capital se posicionou de duas formas. Em texto publicado originalmente em dezembro de 2016, ocasião em que O Globo citou que a revista tinha recebido empréstimo de R$ 3,5 milhões da Odebrecht, a publisher Manuela Carta afirma que a relação com a empreiteira foi comum a de qualquer veículo de imprensa. “O adiantamento foi pago da forma tradicional: por meio de anúncios e patrocínios de eventos”, pontua. Ela lembra que a construtora alvo da Lava Jato tem por costume investir em mídia. “Regularmente anuncia e patrocina eventos em diversos veículos, entre eles, o próprio O Globo. Carta Capital não sabe e não tem obrigação de saber de onde vieram os recursos”.
Em nota divulgada nesta semana, a equipe da Carta Capital avalia que as delações “comprovam a normalidade do adiantamento publicitário à revista”. “A tentativa de acusar a revista Carta Capital de ser beneficiária de um esquema de corrupção ou de ter recebido dinheiro de maneira indevida não se sustenta nos fatos”, analisam os responsáveis pelo semanário. “É a enésima tentativa de macular a imagem de Carta Capital. Desde seu lançamento, em 1994, a revista é vítima de ataques canhestros, típicos de um país que não conhece o significado de democracia e diversidade de opinião”, diz trecho do texto.
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