Recentemente, em uma das palestras que tive a oportunidade de ministrar, um participante me fez a seguinte pergunta: “Professor, o que vai acontecer com o Facebook?”. De cara respondi: “não sei”, com uma risada sem graça no canto da boca, mas logo em seguida consegui explicar o que penso sobre essa tal realidade digital no futuro e esse artigo será, justamente, sobre isso.
É certo, porém, que ninguém sabe com exatidão como será esse futuro, mas podemos ter indícios de caminhos, tendências e até dicas bem claras do que teremos daqui a alguns anos. Outro dia, estava ouvindo a palestra que Mary Meeker* fez no Code Conference, no último dia 30, na qual ela trouxe um resumo do report de 294 páginas do que está por vir.
Selecionei cinco itens que mais me chamaram a atenção, e o primeiro ponto abordado é sobre o mundo conectado e a velocidade com que a realidade off-line vai ficando para trás; segundo o report, hoje 50% das pessoas estão on-line, 36% estão nas redes sociais digitais e em média um adulto gasta em torno de 6h, por dia, nos dispositivos. Isso, em números absolutos, tem valores assustadores: hoje somos mais de 3 bilhões de pessoas ativas nas mídias sociais.
A inteligência artificial ativada pelos assistentes de voz vão dominar a forma como interagimos com nossos gadgets que, de alguma forma, poderão estimular acessos de acordo com nosso padrão de uso, comportamento e predição ao consumo. Atualmente, no mercado, já temos um assistente de voz para cada gigante da informática: Cortana (Windows), Siri (Apple), Google Now (Google) e Alexa (Amazon); a precisão da tecnologia de voz já alcança 95%, quase humano né?
E-commerce vem crescendo mais de dois dígitos há 5 anos e não dá sinais que tende a arrefecer essa performance, se voltarmos 10 anos, o e–commerce era apenas uma promessa vista com muita desconfiança e medo e, nessa época, as compras digitais representavam apenas 5% das vendas de todo o varejo, hoje já representa mais de 13%.
A publicidade migrando para o mobile, enquanto os meios tradicionais amargam retrações dos gastos, aumentou mais de 26% no último ano. Para se ter uma ideia desse avanço, a Televisão perdeu mais de 36% do total de investimento em publicidade no mesmo período.
Os empregos estão mais flexíveis, afinal, hoje é possível trabalhar de qualquer lugar, basta estar conectado. Como encontramos mais facilidade para a conexão, o escritório está no hotspot mais próximo. Essa equação é simples, mais tecnologia com mais plataformas de demandas digitais é igual a flexibilização do emprego.
Gosto de imaginar um futuro entre “Minority Report” e “Eu Robô”, exercendo meu lado futurólogo. Brincadeiras à parte, estaremos cada vez mais conectados, trabalhando o tempo todo, comprando boa parte do que consumimos on-line e com a ajuda de uma assistente que não dorme e não tira férias. “E aí, Siri?”
Sócia da empresa de investimentos Kleiner Perkin, sediada em Menlo Park, no Vale do Silício Byers, e listada a 77ª mulher mais poderosa do mundo pela Forbes em 2014
*Sócia da empresa de investimentos Kleiner Perkin, sediada em Menlo Park, no Vale do Silício Byers, e listada a 77ª mulher mais poderosa do mundo pela Forbes em 2014.
Pedro Arthur Nogueira. Relações Públicas de formação e de carteirinha, graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Entusiasta nato, profissional inquieto, muito curioso e otimista convicto. Especialista em estratégia de negócios, pós-graduado em gestão estratégica de negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem MBA em administração em seguros pela Trevisan Escola de Negócios e é mestre em comunicação social pela Faculdade Cásper Líbero. Sócio-proprietário da Virtual Jam, empresa especializada em comunicação digital.