Criado com o objetivo de simbolizar a luta feminina pela equidade de direitos, mais uma vez, o Dia Internacional da Mulher foi alvo de reflexões nas redes sociais de jornalistas brasileiras. Os comentários vão de críticas a homenagens, mas despertam algo em comum: o uso do momento para dar luz a temas relacionados às batalhas femininas.
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Antes mesmo da data comemorativa exata, a jornalista da CBN Tatiana Vasconcellos comentava o assunto. Na última segunda-feira, 7, ela aproveitou o início da “semana da mulher” para apontar incoerências de empresas nesta data e destacou: “8 de março não é uma data comemorativa, é uma data política”, escreveu.
“Começou a semana em que as empresas dão um botão de rosa e um bombom para as mulheres, que ganham menos do que seus pares na mesma função, que são demitidas pouco depois da licença maternidade”, destacou Tatiana.
começou a semana em que as empresas dão um botão de rosa e um bombom para as mulheres, que ganham menos do que seus pares na mesma função, que são demitidas pouco depois da licença maternidade. #8M2022
8 de março não é uma data comemorativa, é uma data política.— Tatiana Vasconcellos (@tavasconcellos) March 7, 2022
Em artigo publicado no UOL, Marilia Ruiz criticou os “feministas de ocasião”, que praticam atitudes machistas diariamente e, no Dia Internacional da Mulher, fazem homenagens e usam “hashtags hipócritas e de ocasião”. “Que tal fazer algo? Que tal escolher um só machismo rotineiro da sua vida para sempre?”, sugere, no texto.
O mesmo posicionamento foi manifestado por Andreia Sadi, que compartilhou trechos de comentários feitos no dia anterior, na GloboNews, destacando a importância do debate frequente sobre machismo e completou: “As flores eu passo, pode me dar em outra data : hoje, quero aproveitar a visibilidade do dia para chamar atenção aos temas que nos importam: sendo nós= sociedade”, finalizou.
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Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, e Renata Neder, do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), aproveitaram a data para criticar os estereótipos e ameaças sofridas por jornalistas mulheres em todo o mundo. Ambas se manifestaram por meio de um vídeo produzido pela CPJ.
Mulheres jornalistas enfrentam estereótipos e ameaças em uma profissão historicamente dominada por homens. Nenhuma jornalista deveria sofrer violência ou assédio por seu trabalho. Segue🧵e vídeo do @pressfreedom destacando a luta de algumas jornalistas, entre elas @camposmello https://t.co/LOUO6T2XZd
— Renata Neder (@renataneder) March 8, 2022
Novo significado
Vera Magalhães, apresentadora da TV Cultura, confessou em suas redes sociais que passou a ver um novo significado no Dia Internacional da Mulher. Frequentemente crítica à data, ela diz que viu na ocasião a oportunidade de dar visibilidade a mulheres e a causas que, normalmente, não teriam a mesma atenção para a sociedade.
“Por muitos anos achei essa data uma futilidade comercial e publicitária. A ficha de usar a data para dar visibilidade a discussões importantes para as mulheres demorou muito a cair para mim”, escreveu em seus stories do Instagram. Ao longo do dia, suas postagens indicaram mulheres jornalistas, influenciadoras, autoras e cantoras admiradas pela jornalista.
A ideia de dar luz a causas relacionadas à mulher também foi o foco da cartunista e chargista Laerte Coutinho, da Folha de S. Paulo, que destacou a data como “de todas elas: cis, trans e travestis”. E seguiu, sobre a luta das mulheres transexuais: “O Brasil ainda é o país que mais mata mulheres trans e travestis no mundo e valorizar a luta pelos direitos delas neste dia é fundamental”.
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Destaque à força feminina
Apresentadora da Globonews, Camila Bomfim aproveitou suas redes sociais para homenagear as mulheres. Desta vez, a publicação teve um foco especial: as ucranianas. “Neste dia da mulher, homenagem especial às ucranianas, alvo de toda a sorte de sofrimento nessa guerra, incluindo as declarações sexistas que acompanhamos no fim de semana”, tuitou a jornalista.
Neste dia da mulher, homenagem especial às ucranianas, alvo de toda a sorte d sofrimento nessa guerra, incluindo as declarações sexistas q acompanhamos no fim de semana. E um viva às reações ao machismo e todo o tipo de violencia contra a mulher . Sigamos juntas e fortes! #8M2022
— Camila Bomfim (@camilabomfim) March 8, 2022
Cris Guterres, apresentadora na TV Cultura e colunista no UOL, homenageou a força e a luta feminina Na legenda de uma foto publicada em seu perfil no Instagram, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, a jornalista afirmou: “Um lookinho de couro para combinar com o dia de luta e a necessidade de se repensar o conceito mulher a partir da interseccionalidade”.
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