A Plataforma Brasileira de Políticas de Drogas (PBPD), em parceria com o IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais) e a Catalize, lançou este mês o Guia sobre Drogas para Jornalistas. O projeto, financiado pela organização americana Social Science Research Council, tem texto do jornalista Tarso Araujo, especializado na área e autor do Almanaque das Drogas.
Com 96 páginas, o Guia é dividido em duas partes: a principal traz um glossário em ordem alfabética com mais de 200 verbetes comumente usados na cobertura de drogas, traduzindo conceitos jurídicos e científicos para uma linguagem mais acessível; a segunda traz uma sequência de fichas com informações por substâncias ou grupos de substâncias, listando mitos e verdades, dados relevantes e informações correlatas.
Segundo Harumi Visconti, coordenadora de comunicação da PBPD e coordenadora do projeto, o objetivo do guia é “qualificar o debate público sobre drogas através da imprensa”. Para ela, a cobertura de drogas costuma se limitar ao aspecto policialesco do assunto. “Muitas pessoas são hoje favoráveis à manutenção da criminalização das drogas porque não têm informação honesta, porque não sabem o panorama da guerra às drogas”, explica. Visconti ressalva que o material não se pretende um manual de cobertura, mas uma referência para ser usada no dia a dia.
A escolha dos verbetes partiu de um levantamento colaborativo de sugestões e passou por revisões técnicas tanto no aspecto medicinal quanto no aspecto jurídico. O formato é inspirado no “Direito Penal para Jornalistas – Material de Apoio para a cobertura de casos criminais”, iniciativa do IDDD(Instituto de Defesa do Direito de Defesa), em parceria com o IBCCRIM — lançado em 2013, o material foi feito no âmbito do Projeto Olhar Crítico. Além do Guia, a PBPD está captando recursos para levar o projeto adiante, realizando oficinas com estudantes de jornalismo e bate-papos sobre o assunto nas redações do país.
A Plataforma Brasileira de Política de Drogas é uma rede com mais de 40 entidades e que nasceu “da necessidade de unir, em rede, especialistas e organizações dedicadas a estudar e a promover a reforma da política de drogas” no âmbito da saúde, da segurança pública, do acesso à justiça e dos direitos humanos. Surgida em 2014 e sediada no IBCCRIM, a plataforma também promove eventos e a publicação da revista Platô, que traz artigos e discussões sobre o assunto.
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