Após a perda do título do Campeonato Paulista para o Corinthians, o presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, se revoltou com a Federação Paulista de Futebol (FPF). Logo após o jogo, ainda no Allianz Parque, o dirigente chamou o torneio de “paulistinha”. Um dia depois, ele vetou a participação de integrantes do time na festa do campeonato e soltou nota criticando a entidade futebolística. O “cartola”, porém, segue calado em relação ao fato de jornalistas terem sido agredidos em pleno estádio palmeirense.
Locutor esportivo e criador da web rádio Poliesportiva, Ramoni Artico foi atingido por um cesto de lixo arremessado por um torcedor vândalo que demonstrou sua ira contra o trabalho da imprensa. O objeto foi jogado contra a tribuna de imprensa do Allianz Parque ao fim do jogo em que o time palmeirense teve dupla derrota frente ao seu maior arquirrival: 1 a 0 no tempo normal e e a 2 nas penalidades. Em vídeo divulgado em seu perfil no Facebook, o jornalista Ramoni Artico disse que os torcedores mais exaltados acusavam os profissionais de comunicação de pertencerem à mídia “gambá” (termo pejorativo para se referir ao Corinthians).
No vídeo, Ramoni Artico indica que, após consultar advogados, poderá mover ação judicial contra o Palmeiras. O processo, se ocorrer, será enquanto pessoa física, sem nenhuma relação com a marca de web rádio. Ele também informa que após o incidente, a emissora em que trabalha enviou e-mail para as três partes envolvidas diretamente pela manutenção das cabines de imprensa do Allianz Parque. Dessa forma, ele contatou a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp), a FPF e a diretoria do time alviverde. O locutor esportivo da Rádio Poliesportiva cobrou por mais segurança para os profissionais da imprensa.
A live realizada pela equipe da Rádio Poliesportiva no Facebook registrou o momento exato em que o cesto de lixo é arremessado contra a equipe:
Diferentemente do presidente do Palmeiras, que diz romper com a FPF, os comandantes da Aceesp se posicionaram em defesa de Ramoni Artico e de outros comunicadores agredidos após a final do Paulistão deste ano. Em nota assinada pelo presidente Erick Castelhero e pelo vice-presidente Mauricio Noriega, a entidade repudiou os atos hostis. “É repugnante que, no exercício da sua profissão, o jornalista seja agredido e desrespeitado”, afirma trecho da do texto chancelado pela associação.
Os dirigentes da Aceesp foram além de se posicionar – de forma textual – em favor dos jornalistas agredidos no Allianz Parque. Os líderes informam que os representantes de Palmeiras e FPF foram acionados. A entidade ressalta que cobrou a identificação dos agressores. Além disso, pontuou que é preciso que os cronistas esportivos estejam seguros durante as transmissões realizadas diretamente do estádio de futebol.
Além de Ramoni Artico, outros jornalistas reclamaram da ira de parte dos torcedores do Palmeiras. É o que informa o Estadão. De acordo com o site, repórteres afirmaram que foram xingados e alvos de cusparadas. Até o momento, porém, a diretoria palmeirense prefere ignorar as agressões e somente dizer que a relação com a Federação Paulista de Futebol está rompida – apesar de a participação do time no campeonato do próximo ano estar assegurado.
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