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Pensamento negativo está diretamente ligado à depressão, afirma psiquiatra

Segundo o psiquiatra Cyro Masci, quem tem diagnóstico positivo para a depressão, no geral, fica literalmente ruminando as experiências ruins, que parecem não sair da cabeça. Também têm grande dificuldade de pensar no longo prazo, em buscar prêmios e gratificações pelas suas ações no futuro. Na presença da depressão, é necessário procurar tratamento psiquiátrico.

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São Paulo – São Paulo 11/8/2020 – A depressão clínica é uma doença, como qualquer outra. Não é um defeito de caráter ou de personalidade. É um transtorno psiquiátrico que deve ser tratado.

“Oh Céus, oh dia, oh azar”. A hiena Hardy, companheira do leão Lippy no desenho animado que leva o nome da dupla, sempre tinha esse tipo de reação perante os acontecimentos diários. Ou seja, os pensamentos negativos faziam parte de sua vida. Se ela tinha depressão ou se era só rabugenta mesmo, é uma incógnita. A medicina, porém, já confirmou que um dos sintomas das pessoas clinicamente deprimidas, ou as que são apenas mais vulneráveis à depressão, costumam excluir os acontecimentos positivos de sua vida, selecionando apenas os negativos.

Segundo o médico psiquiatra Cyro Masci, quem tem diagnóstico positivo para a depressão, no geral, fica literalmente ruminando as experiências ruins, que parecem não sair da cabeça. “Também tem grande dificuldade de pensar no longo prazo, em buscar prêmios e gratificações pelas suas ações no futuro. Os resultados têm que ser imediatos”, afirma.

Tudo ou nada

Cyro Masci explica que, de modo geral, pessoas deprimidas tendem a avaliar seus resultados em termos de “tudo ou nada”, ou seja, ou o comportamento é absolutamente perfeito ou é um completo fracasso. Com grande frequência colocam padrões de exigência tão elevados que se torna praticamente impossível atingi-los. “A sensação quase que permanente de culpa acaba sendo muito comum”, afirma Masci.

Também tendem a se gratificar de modo insuficiente. Se cumprem o que se comprometeram a fazer, isso significa que nada mais fizeram que não a obrigação, muitas vezes interpretando erroneamente o reconhecimento de seus méritos como “orgulho” ou coisa semelhante. Se não conseguem, logo se punem.

Essas punições, acrescenta o médico, em geral são administradas a si mesmas de modo excessivo. “Assim, não é de estranhar que pessoas depressivas evitem qualquer coisa, já que seus padrões são muito exigentes e, se alcançados, provocam pouca recompensa. Se ‘fracassados’ (ainda que isso signifique um sucesso parcial) são severamente punidos”, explica Cyro Masci.

Por fim, pessoas deprimidas tentem a atribuir erroneamente a origem de seus sucessos e fracassos. “O sucesso acontece por conta do acaso ou por ações de outras pessoas, enquanto os fracassos são no geral atribuídos a si mesmas”, constata o médico. Segundo ele, são comuns também pensamentos de morte e morrer.

Transtorno psiquiátrico

Assim, se a pessoa é frequentemente tomada por pensamentos negativos, que a impedem de seguir uma rotina normal e ultrapassar obstáculos sem que isso seja um fardo, deve procurar a ajuda de um médico psiquiatra.

“A depressão clínica é uma doença, como qualquer outra. Não é um defeito de caráter ou de personalidade. Não é sinal de fraqueza. Não é falta de força de vontade para superar suas dificuldades. E, na sua presença, é necessário procurar tratamento psiquiátrico, que consegue reduzir o sofrimento para um grande número de pessoas”, orienta Cyro Masci, cuja linha de atuação é a abordagem integrativa, que une a medicina convencional com terapias alternativas.

Fonte:

Cyro Masci, médico psiquiatra em São Paulo, autor dos livros “Síndrome do Pânico: Psiquiatria com abordagem integrativa” e “Biostress: Novos caminhos para o Equilíbrio e a Saúde”. Outras informações: https://bit.ly/34mE498 

 

Website: http://masci.com.br

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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