“Antigamente, os resultados com mídia espontânea satisfaziam os clientes de pequeno porte. Até pelo glamour envolvido. Agora, a maioria não se contenta com isso. Mais do que aparecer num veículo relevante, o objetivo principal é vender”. Almir Rizzatto analisa a situação de pequenas agências de assessoria de imprensa
Leia, abaixo, mais um artigo de Almir Rizzatto para o Portal Comunique-se. Em pauta, o mundo de assessoria de imprensa
Em tempos em que só se fala em marketing digital, muitas “eugências” e pequenas agências de assessoria de imprensa ainda relutam em se transformar. E essa resistência, cada vez mais, trará consequências que colocarão em risco a sobrevivência do negócio. Os impactos já estão sendo sentidos.
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Oferecer “apenas” serviço de assessoria para o mercado, nos dias de hoje, é pouco. Muito pouco. Digo isso especialmente para o perfil de clientes que as pequenas agências de assessoria de imprensa atendem. O mundo mudou, os negócios mudaram e a expectativa dos contratantes também.
Antigamente, os resultados com mídia espontânea satisfaziam os clientes de pequeno porte. Até pelo glamour envolvido. Agora, a maioria não se contenta com isso. Mais do que aparecer num veículo relevante, o objetivo principal é vender. No fim do mês, o que tem mais relevância para o negócio é o relatório de leads (potenciais clientes), vendas e faturamento. E não o relatório de clipping.
“O mundo mudou, os negócios mudaram e a expectativa dos contratantes também”. Almir Rizzatto sobre o mercado de assessoria de imprensa
Digo isso por experiência própria. Quando fundei a RZT Comunicação, em 2006, o cliente tinha uma percepção clara do que era uma assessoria de imprensa. Sabia que as aparições na mídia não necessariamente gerariam vendas. E tudo bem com isso. É como se eles tivessem uma verba destinada para branding – ou, na verdade, apenas para seu orgulho próprio.
Mas as coisas mudaram. Com o boom do marketing digital, esse perfil de cliente viu um outro caminho. Descobriu que investir em outras estratégias, como tráfego, SEO e mídias sociais, pode proporcionar algo diferente da assessoria de imprensa. E esse resultado, inegavelmente, é mais assertivo. Mais concreto. Mais mensurável.
“Em 2006, o cliente tinha uma percepção clara do que era uma assessoria de imprensa”. Diz Almir Rizzatto sobre o ano em que fundou a sua própria agência
Eu acordei para essa realidade quando um cliente que já estava conosco há 5 anos, um dia me ligou e disse: “Almir, vamos rescindir o contrato de assessoria. Decidimos internamente destinar esse investimento em marketing digital”.
Na época, fiquei arrasado. Não só por ele ser um bom cliente, mas porque eu não tinha me preparado para oferecer nada além de assessoria de imprensa. Hoje, agradeço por aquilo ter acontecido. Estávamos acomodados e o caso me fez enxergar a necessidade de uma transformação digital na agência.
A mentalidade do cliente de pequeno porte
Vamos nos colocar no lugar do cliente, aquele que tira literalmente do bolso dele o dinheiro para pagar a comunicação – diferentemente do que acontece numa grande empresa.
Supondo que há R$ 3.000 por mês de budget para este fim, por qual serviço você, se fosse empresário, optaria? Pela assessoria de imprensa, que pode proporcionar a sensacional mídia espontânea, mas sem garantia de retorno financeiro concreto? Ou por marketing digital, que, com um trabalho profissional, tende a gerar leads, vendas, aumento no faturamento e crescimento do negócio?
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Deixo claro que não estou desmerecendo a importância da assessoria de imprensa. Ela é crucial e deveria ser um dos pilares da comunicação de qualquer negócio. Aliás, o cenário perfeito é que ela esteja sempre integrada a um plano de marketing digital, como ocorre em grandes corporações.
Mas, infelizmente, não é esta a mentalidade do microempreendedor, que analisa mensalmente o ROI de cada centavo investido. Esta é a realidade de mercado. E daí vem a necessidade (urgente!) de reinvenção das pequenas agências de assessoria de imprensa, que atendem este perfil de cliente.
Vá além da assessoria
Essa mudança de comportamento do cliente não é um achismo. É real. Muitos assessores de imprensa vão aos meus cursos e compartilham comigo e com a turma a dificuldade de trabalhar apenas com isso nos dias de hoje. Relatam que estão perdendo contas com frequência e que a procura pelo serviço despencou.
O gráfico abaixo, extraído do Google Trends, comprova tudo isso. Ele traz o volume de buscas no Google, de 2004 até hoje (fevereiro de 2020), com os termos “assessoria de imprensa” (em azul) e “marketing digital” (vermelho). Os resultados falam por si.
Tem quem fique desmotivado com os novos tempos. Eu vejo como uma era de grandes oportunidades para nós. Até porque tudo que está relacionado ao marketing digital também pode ser desenvolvido por um jornalista ou qualquer um que trabalhe com assessoria de imprensa. Desde que com a capacitação devida, claro.
“Não estou desmerecendo a importância da assessoria de imprensa. Ela é crucial e deveria ser um dos pilares da comunicação de qualquer negócio”. É o que esclarece Almir Rizzatto
Soma-se a isso o fato de que o cliente, não necessariamente, queira deixar de ter uma assessoria de imprensa. Mas, em geral, hoje ele não quer só isso. E a tendência é que ele opte por um profissional ou uma agência que ofereça um pacote mais completo de soluções.
Você precisa estar preparado para isso. Ou, então, perderá o cliente.