Em seu artigo para o Comunique-se, Alessandra de Paula fala sobre a tendência do “phygital”, que converge os mundos online e offline
Os avanços tecnológicos foram – e são – decisivos para as mudanças de várias crenças e conceitos. Exemplos disso são afirmações proferidas por pais e, principalmente, pelos avós, quando alguém resolvia presenteá-los com um celular daqueles com muitas funcionalidades: “Isso não é pra mim! Nem sei como ligar esse aparelho! Traz um bem simples, só para eu ligar e receber ligações. Sou do tempo antigo, não sei lidar com essas modernidades”, dizem.
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O tempo passou e hoje, o que vemos? Muitos vovôs e vovós trocando mensagens e fazendo vídeos, utilizando as redes sociais para se comunicarem entre si e com os familiares. Grandes avanços, e outros mais ainda vêm por aí! Muitas pessoas já se familiarizaram com o universo online, aprenderam a escolher produtos, efetuar pagamentos, acompanhar transporte e entrega com códigos de rastreamento. Até mesmo pedidos de compras em supermercados estão sendo feitos online, assim como consultas médicas, etc.
Como a tecnologia não para, mal nos acostumamos com alguma novidade e outra já está posta, surge bem na nossa frente. É o que está ocorrendo com o phygital. A tecnologia é pródiga em ampliar nosso vocabulário com muitas palavras novas e essa é mais uma dentre tantas outras. Formada pela junção de physical e digital, ela pretende apresentar a convergência de dois mundos: um deles, o dos “desligados” (offline) e o outro, o dos “conectados” (online).
Mas não é apenas isso. A palavra comporta a oportunização de uma experiência nova, em termos de consumo, trazendo alterações marcantes para a relação entre empresa e consumidor. Atualmente, os clientes são bombardeados por ofertas e facilidades de compras com expressões como last miles, omnichannel que passaram a fazer parte desse universo de compras online ao qual está sendo agregada, agora, o conceito phygital explicado pela necessidade de diversificação das experiências de compra para o consumidor.
Na Amazon
Um exemplo disso é personificado pela Amazon, que oferece a seus clientes experiências de leitura que outras empresas não haviam pensado ainda: a pessoa pode adquirir o livro impresso, mas pode fazer uma leitura prévia de um capítulo, por exemplo, avaliando o estilo do autor, o enredo, antes de decidir-se pela aquisição. Outra possibilidade é a aquisição da versão online, que pode ser providenciada no site da marca ou adquirida na versão em PDF para ser lida em aparelhos digitais de leitura como o Kindle. E onde adquirir o Kindle? No site deles, é claro!
Mas digamos que seu interesse não se resume à literatura. Pois nesse mesmo site o consumidor pode adquirir os produtos mais diversos e pode optar por retirá-los em uma loja física bem próxima, ou zerar o frete e diminuir o tempo de espera.
Essas estratégias exemplificam o que é ser phygital. É ter acesso a um atendimento diversificado, com a utilização de todas as ferramentas possíveis, com flexibilidade para o alcance de todos os grupos e gerações, para que suas demandas sejam atendidas da maneira mais completa e no menor tempo possível. Para que isso possa acontecer há necessidade de as empresas desenvolverem ações impactantes e criativas de Marketing e Propaganda, diversificando os meios de divulgação e, sobretudo, realizando um atendimento personalizado.
*Alessandra De Paula é coordenadora dos cursos de Logística e Gestão do E-commerce e Sistemas Logísticos, e professora dos cursos de Administração, Logística e Gestão de E-Commerce do Centro Universitário Internacional Uninter.