Pobre politicamente correto – por Adalberto Piotto

“O politicamente correto tem a pretensão da concordância coletiva, da convenção social. Não tem sido nada além de uma imposição, uma formulação de grupos”

O politicamente correto é uma defesa dos incapazes ao debate intelectualmente honesto, franco. Tem sido isso, lamentavelmente.

A aceitação de algo que lhe pode ser contrário, que lhe atenta contra às próprias convicções, independentemente de quais sejam, quando feita​ por meio de um debate real, normalmente duro, que precisa de civilidade e desejo para prosperar, se torna uma decisão para o lado convencido. Uma meta, no mínimo.

E por quê? Porque mesmo se você não concordar, sua consciência, se provida de honestidade intelectual, hombridade, levar-lhe-á, com o tempo, a aceitar aquele novo conceito de dentro pra fora. É o que chamamos de aprendizado da vida. A vida e seu tempo, sua natural evolução.

Há conflitos entre humanos desde muito, desde sua invenção.

O politicamente correto tem a pretensão da concordância coletiva, da convenção social. Não tem sido nada além de uma imposição, uma formulação de grupos de poder sobre outros. Uma ditadura.

Politicamente correto? É preciso debater!

A sociedade precisa do debate e da honestidade de cada um pra evoluir. Sim, da aceitação do diferente, do respeito ao contraditório pra se estabelecer um debate honesto. Um debate, afinal, não é feito entre iguais ou semelhantes.

A evolução real virá disso. Do resultado disso.

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Senão, só teremos imposições temporárias de grupos com poder efêmero ou “da vez”. Com um temeroso respeito de fachada do público ao aparentemente diferente e um linchamento de reputações dos discordantes sob ideias não conectadas ainda, mesmo que apenas preconceituosas, com o novo momento social.

Uma tremenda perda de tempo.

É preciso juntar.

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Adalberto Piotto

Jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba com especialização em economia pela Fipe-USP. Apresentador do ‘Pensando o Brasil’, programa fruto da parceria com o CIEE. É diretor e produtor do filme-documentário “Orgulho de Ser Brasileiro” (2013), de sua autoria, que disseca o estilo de ser do brasileiro com todas as suas nuances e oscilações de sentimento enquanto cidadão. De 1999 a 2011, foi âncora da CBN em São Paulo, onde começou como repórter. Em 2014, de julho até o início de dezembro, foi âncora do ‘Jornal da Manhã’, noticiário transmitido pela Jovem Pan. É palestrante nas áreas de economia, realidade social brasileira e jornalismo.

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