Prefeita é investigada pela morte de dono de jornal

Prefeita de Santa Luzia (MG), Roseli Pimentel, do PSB, será investigada por envolvimento no assassinato do jornalista Maurício Campos Rosa, morto em 2016 após ser atingido por cinco tiros. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) aceitou o pedido de investigação e informou em seu site sobre a apuração do caso.

Segundo o jornal O Tempo, a Polícia Civil não deu detalhes sobre o inquérito que investiga Roseli, pois o processo está sob segredo de Justiça. Campos Rosa foi morto no ano passado depois de ser baleado. O jornalista, que era dono do impresso quinzenal O Grito, foi vítima de assassinato quando estava saindo da casa de um amigo. Ele levou um tiro no pescoço e quatro nas costas, foi levado em estado grave para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte, onde passou por cirurgia e morreu.

A reportagem do Portal Comunique-se entrou em contato com a equipe de comunicação da prefeitura de Santa Luzia, que enviou nota assinada pela prefeita. “Recebo com surpresa e indignação a notícia de que estaria sendo investigada em processo criminal. A surpresa e a indignação de quem sabe que é inocente. Recebi, também, com tranquilidade e com esperança. A Justiça, ao final das necessárias e muito bem vindas investigações, confirmará o que já se pode supor”. Ainda na nota, Roseli afirma que as acusações são levianas e pretendem inaugurar “um terceiro turno eleitoral em santa Luzia”. A política ressalta que acionou seus advogados.

Sem mandato

Ainda nesta semana, Roseli Pimentel se envolveu em outro caso grave. O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) cassou o mandato da prefeita e de seu vice, Fernando César (PRB). O G1 noticia que a cassação é por abuso de poder político e econômico.

De acordo com as informações, na sentença, a juíza da 246ª Zona Eleitoral, Santa Luzia, Arlete Aparecida da Silva Coura, entendeu que houve abuso de poder político “para favorecer a campanha eleitoral dos réus, em detrimento do princípio da isonomia e das normas constitucionais e legais atinentes à espécie”, além do abuso de poder econômico, ressaltando que “o abuso do poder político quase sempre é praticado a partir do poder econômico da administração, já que o administrador, que possui a máquina pública nas mãos, a utiliza para comprar e barganhar apoio e favores”. Com isso, ficou determinada a inelegibilidade dos dois políticos por oito anos.

O processo de cassação surgiu de um pedido do delegado Christiano Augusto Xavier Ferreira, que ficou com o segundo lugar para o cargo de prefeito. Para ele, Roseli e seu vice venceram as eleições abusando do poder político, por meio da utilização indevida de servidores municipais na campanha e do excesso de gastos com publicidade institucional, e do poder econômico, por meio do uso indevido dos meios de comunicação.

Sobre o assunto, a assessoria enviou nota emitida pelo advogado da prefeitura, Pedro Moreira. “Estamos questionando perante o TRE MG todas as condenações impostas injustamente em primeira instância e estamos confiantes pelo provimento aos recursos interpostos. Não houve qualquer abuso de poder político e/ou econômico e qualquer pena de cassação seria uma pena desproporcional e não razoável, ferindo princípios constitucionais. No cenário atual, não há qualquer condenação por órgão colegiado, tampouco trânsito em julgado. Estamos confiantes para a reversão das condenações de primeira instância perante o TRE MG, respeitando assim a vontade democrática das urnas”.

*Matéria atualizada às 14h.

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