O setor de comunicação corporativa aderiu com agilidade e rapidez às medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde brasileiras e pela Organização Mundial da Saúde. Ainda na primeira semana das medidas restritivas, pesquisa da Abracom indicava que 91% dos trabalhadores do setor já estavam em home office, chegando a 100% do efetivo na semana seguinte, sem prejuízo do atendimento aos clientes. Com uso intensivo de tecnologia, organização do fluxo de trabalho e engajamento das equipes, as agências associadas Abracom mostraram capacidade de manter seus profissionais protegidos do contágio no ambiente de trabalho ou em atividades profissionais.
Pesquisa realizada nos dias 2 e 3 de julho representando 74 escritórios de agências associadas Abracom em 12 unidades da Federação revelou que a maioria absoluta das agências não pretende voltar a ocupar escritórios imediatamente. Para 36% das empresas, os escritórios somente serão reocupados a partir da liberação geral das atividades econômicas nas cidades onde estão situadas suas operações presenciais. 18,4% das agências planejam a volta a partir de 1º de agosto, 17,3% marcaram o retorno para setembro, 13,3% em outubro e significativos 10,7% não pretendem reocupar as estações de trabalho antes de 2021.
Com base nesses números e em linha com as recomendações das autoridades sanitárias nacionais e internacionais, a Abracom publica suas orientações de protocolo de retomada para a reocupação dos escritórios das agências. Levando em conta que ainda assistimos à disseminação do contágio na maior parte das grandes cidades brasileiras, bem como o espalhamento do vírus pelo interior do país centramos nossa preocupação no atendimento às necessidades estratégicas de comunicação dos clientes do setor, combinada com a preservação da saúde dos mais de 15 mil profissionais que atuam em agências de comunicação.
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A orientação geral aos associados é de a retomada seja lenta, gradual e baseada em etapas progressivas, com medidas de higienização constantes, espaçamento entre mesas e escalonamento de equipes e horários.
Nossas orientações levam em conta o caráter nacional da associação. Com agências filiadas em 21 unidades da Federação e sediadas tanto nas capitais como em cidades pequenas, médias e grandes das regiões interioranas ou litorâneas dos Estados, a Abracom busca um protocolo que possa ser adaptado às diferentes fases de medidas restritivas ou de abertura anunciadas por autoridades municipais ou estaduais. Importante, portanto, ressaltar que os procedimentos sugeridos estão subordinados às portarias, decretos e orientações das autoridades e não podem ser usados caso contrariem aspectos específicos, como decretação de lockdown, seja em regiões inteiras, cidades ou bairros.
As dimensões continentais do país e as diferenças regionais brasileiras mostram que a disseminação da Covid-19 se dá de forma desigual, não apenas de cidade para cidade, mas também dentro das grandes cidades, até mesmo com bairros sendo afetados de maneiras diferentes. Esse cenário provoca medidas diversas dos estados e municípios. Por isso, reiteramos, a tomada de decisão de cada agência deve levar em conta as orientações das autoridades locais e as autorizações específicas para funcionamento de escritórios.
A Abracom pesquisou entre seus associados as intenções de retorno. São muito variados os tempos projetados para a reocupação dos escritórios. Na média, as agências planejam retomar atividades presenciais somente quando houver liberação total das cidades onde estão sediadas. Algumas relataram intenção de voltar gradualmente a partir de agosto e há um número relevante de empresas que não pensam em retorno antes de setembro ou outubro.
A recomendação da Abracom é de que o retorno comece apenas a partir de agosto, em etapas, que serão detalhadas abaixo. Este é um prazo que pode ser reavaliado na medida em que possam acontecer novas ondas de contágio e só será validado com a confirmação da estabilização e da redução do número de novos casos em todo o país.
• Em consonância com as recomendações jurídicas do escritório Romar, Massoni & Lobo e com as indicações de infectologistas e sanitaristas, a Abracom recomenda que o plano de retorno tenha as seguintes fases:
• Elaboração de mapa de riscos do escritório: identificar pontos de aglomeração antes da pandemia, planejar atividades de sanitização frequente dos ambientes, promover limpeza constante dos dutos de ar, fazer a separação de baias ou estações de trabalho e limitar o uso de áreas comuns. Recomenda-se uso restrito de copas e cozinhas, máquinas de café e regras para uso de banheiros, a proibição de compartilhamento de objetos e o fornecimento de copos e outros utensílios individuais .
• Identificação dos grupos de risco e consulta aos profissionais para o retorno: pesquisar situações de risco entre os funcionários e prestadores de serviço das agências. Identificar situações como moradia compartilhada com pessoas em grupo de risco e uso intenso e prolongado de transporte público a fim de manter os profissionais mais vulneráveis em isolamento social e trabalho remoto. Sugestão de roteiro para entrevistas com os funcionários:
1. Foi diagnosticado com a Covid-19? Se sim, há quanto tempo?
2. Teve contato com alguém que testou positivo para a Covid-19 nos últimos 15 dias?
3. Teve alguns dos sintomas nos últimos 15 dias (febre, tosse, dor de garganta, falta de ar, dor de cabeça, coriza, cansaço, conjuntivite, vômitos, diarreia e perda de olfato e paladar)?
4. Esteve em algum local com casos confirmado de Covid-19, nos últimos 15 dias?
5. Viajou nos últimos 15 dias? Se sim, para onde? E por quais meios de transporte?
6. Utiliza transporte público para o deslocamento ao escritório? Quais os meios, quantas viagens e qual a duração média?
7. Mais algum comentário relevante sobre a sua saúde/ grupo de risco, que considera
importante sabermos?
8. Mora ou tem contato próximo diário com pessoas em grupos de risco?
• Montar um check list das medidas de proteção e comunicar a funcionários, clientes, prestadores de serviços e fornecedores antes de começar o retorno:
• Observância dos decretos e documentos oficiais;
• Respeito às normatizações das autoridades estaduais e municipais para a retomada;
• Política de distanciamento mínimo entre estações de trabalho implantada, com sinalização de solo e barreiras físicas de separação devidamente comunicada;
• Reunião geral (online) com colaboradores para anunciar o plano de retomada;
• Orientação e treinamento dos empregados para a adoção das medidas de proteção e distanciamento;
• Orientação de fornecedores para as regras de entrada e uso do escritório;
• Divulgação constante pelos canais de comunicação interna das medidas e protocolos de segurança;
• Definição de escalas de trabalho e etapas de retorno por equipes ou áreas da agência;
• Rotina de limpeza e desinfecção definida e comunicada;
• Proibição de compartilhamento de objetos pessoais, materiais de escritório e outros possíveis vetores de contaminação;
• Criação de área na entrada da agência para desinfecção, limpeza de sapatos e objetos que venham da rua;
• Revisão regular dos sistemas de ar refrigerado e ventilação;
• Disponibilização de máscaras para os empregados, atendendo à regra de troca das máscaras a cada duas horas;
• Limpeza e higienização das máscaras garantida;
• Instalação de álcool em gel em todos os ambientes da agência. Água, sabão e papel para limpeza sempre disponíveis nos banheiros com avisos para manutenção da limpeza;
• Definir regras para uso de copa. Na primeira fase, recomenda-se a proibição de aglomerações nesses ambientes, com escalonamento para refeições e limpeza nas trocas de escala;
• Definir procedimento de destinação de lixo potencialmente transmissor do vírus;
• Se trabalham em co-work, exigir do locador do espaço a implementação das medidas acima e comunicar aos funcionários que irão retornar ao trabalho quais os cuidados estão sendo tomados.
• Trabalho in company, eventos, gravações e acompanhamento de entrevistas
• É comum no setor o trabalho de profissionais das agências nas dependências dos clientes. A Abracom recomenda que o retorno desses profissionais a essa condição seja alinhado com o retorno dos profissionais ao escritório da agência. Se não for possível, recomenda-se que o cliente apresente o plano de segurança do ambiente, nos termos propostos acima, com a assinatura de termo de corresponsabilidade, além de termo de aceitação por parte do funcionário.
• Outra situação frequente é de acompanhamento de entrevistas dos clientes. Nestes casos, sempre que possível, a orientação e acompanhamento para entrevistas deve ser feita por videoconferência. Se for necessária a presença física, produção de objetos para a entrevista e entrega de materiais para a reportagem, recomenda-se:
•Distanciamento de pelo menos 1,5m dos demais participantes da entrevista;
•Uso de ambiente higienizado e arejado;
•Uso de máscaras por todos os participantes da entrevista e da produção;
•Higienização prévia de materiais que serão entregues à reportagem (press kits, produtos, materiais impressos) com uso de luvas para o manuseio dos mesmos.
• Eventos presenciais: a recomendação expressa da Abracom é que não sejam marcados e nem aceitos trabalhos em eventos presenciais antes da liberação total das atividades pelas autoridades locais ou estaduais. A partir da liberação, devem ser observadas as orientações a cada etapa, respeitando-se a quantidade de pessoas e as medidas de distanciamento autorizadas.
• Retomada dos escritórios. Nesta fase recomenda-se ocupação de no máximo 15% dos postos de trabalho. Prioridade para atividades administrativas e áreas que exigem produção e equipamentos como design, vídeo e áudio.
• Retorno de equipes de atendimento, com ocupação de até 50% do escritório e escalonamento de horários ou revezamento de equipes por dias intercalados. Esta fase deve ser condicionada à redução do número de casos na cidade onde está sediado o escritório e autorização para retorno. Priorizar profissionais que não dependam do transporte público e estejam fora dos grupos de risco.
• O atual quadro da pandemia no Brasil impede que esta fase seja planejada e até mesmo anunciada. Empresas de comunicação devem adotar a cautela como norma.
Como referência, sugerimos a adoção das medidas gerais para escritórios publicadas pela Prefeitura do Município de São Paulo neste link. Também usamos como fonte de informações, as recomendações da OMS e do Ministério da Saúde.
Texto originalmente enviado pela Abracom
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