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Publicitário aconselha estudantes: entrem para agências o quanto antes

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Embora o rumo percorrido tenha levado Eduardo ao meio publicitário, seu sonho, desde a infância, era apresentar um programa de rádio

Natural de Porto Alegre e fanático, quando criança, por televisão – fosse ao assistir desenhos, filmes ou seriados -, Eduardo Axelrud, de início, não escrevia seu futuro na comunicação. Antes de ingressar nos corredores do prédio 7, o então fã de Bee Gees e Billy Joel sequer imaginava trabalhar com a área publicitária.

Cursando direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o jovem começou a se interessar pelo mundo da mídia ao estagiar, durante a tarde, na TV Pampa, como tradutor de inglês. A pedido de Clovis Duarte, jornalista brasileiro que apresentava o programa ‘Comunicação’ e a quem o estudante mantinha certa proximidade devido ao estágio, o universitário se matriculou em um curso ligado à comunicação. Sua escolha? Publicidade e Propaganda.

Embora o rumo percorrido tenha levado Eduardo ao meio publicitário, seu sonho, desde a infância, era apresentar um programa de rádio. Por meio de fantasias construídas na imaginação, inventava transmissões realizadas por ele mesmo. Entretanto, o destino mudou. Entusiasta de cinema, propaganda e revistas em quadrinho, ele também tinha apreço pela escrita. Chegou a cogitar o jornalismo, mas logo percebeu que a profissão de publicitário sinalizava uma remuneração futura melhor.

Optar pela Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS) não foi difícil. Além de estar cursando Direito na UFRGS e não poder realizar outra graduação na mesma universidade, Eduardo afirma que a instituição de ensino era a melhor para a comunicação: “juntei o útil ao agradável”.

Ingressou no primeiro semestre de 1985, no turno da noite, e logo se entusiasmou com a modernidade dos assuntos que percorriam o ambiente acadêmico. O que o impressionou, em especial, foi a informalidade dos professores – exceto os padres e irmãos – somado ao astral “mais livre”, como diz. “Fazia um curso milenar pela manhã, onde até os meus colegas pareciam nascidos no século 19. Eram dois mundos muito diferentes”, observa, ao comparar as realidades que vivia.

Em relação ao clima da faculdade, Eduardo pontua que era quase uma festa. No entanto, nem todos os colegas pareciam acompanhar a contemporaneidade e a criatividade que tanto o motivaram. Notava que pouquíssimos daqueles que dividiam as salas de aula com ele seguiriam a profissão posteriormente, algo que, segundo o publicitário, mudou ao longo dos anos. Resume: “começou a aparecer gente mais interessante e interessada fazendo o curso”.

O que mais chamou a atenção do universitário foi a disciplina de redação publicitária junto às aulas práticas de fotografia no laboratório. Se pudesse destacar os melhores nomes do prédio 7 seriam o de Marino Boeira e Roberto Philomena, além de Silvia Koch, na mídia, e Carlos Gerbase, no cinema. “Inesquecível o dia em que Boeira, por ver em mim um talento com bom potencial, me ofereceu um estágio na sua agência. Parecia que eu estava flutuando de tão feliz”, recorda. Embora Eduardo acredite que o curso tenha sido extremamente irregular, nota que todas as vezes que tinha aula com um profissional oriundo do mercado de trabalho e do mundo das agências era mais valioso.

O universitário se formou no final de 1988 e recorda com felicidade a cerimônia de solenidade. Era um domingo chuvoso de janeiro. Eduardo conta que havia saído de casa em direção à PUC, mas que no caminho passou por um incidente: o carro estragou. O quase publicitário correu até um orelhão, já que na época não existia celular, e ligou para os pais, pedindo que o buscassem, além de que levassem roupas secas. Depois, tudo se desenrolou bem. Eduardo foi orador da turma, tendo preparado um discurso contundente, e membro da comissão de formatura. “Conseguimos colocar uma bandinha de jazz e dixieland formada por uns 20 velhinhos tocando em pleno palco”, comemora.

Na vida pessoal, ressalta a Famecos como um lugar de lembranças boas e de uma época marcante. Profissionalmente, diz que foi onde conheceu pessoas e conseguiu o primeiro estágio. “Pude ver que na nossa profissão, às vezes, uma experiência dentro de uma agência é muito mais enriquecedora do que um semestre de faculdade”.

Durante o período acadêmico, trabalhou desde o primeiro semestre. A partir de dezembro de 1987 passou a dividir, durante três meses, o tempo entre a TV, com Clovis, e a agência Módulo, convite de Philomena. Em março do ano seguinte foi contratado pela agência, abandonando o estágio anterior.

A respeito das oportunidades que teve durante a faculdade, Eduardo explica que elas foram ótimas para ajudar a escolher a vida das agências em detrimento da carreira em produção de TV. “Quando recebi o convite de estágio em publicidade e propaganda, eu já era Coordenador de Produção na TV Guaíba, com 10 estagiários abaixo de mim… Mas meu salário na Módulo era maior do que como contratado na televisão, então a decisão foi fácil”.

Depois de 30 anos atuando em agências como diretor ou vice-presidente de criação, Eduardo montou uma estrutura própria: consultoria de posicionamento de marca e estratégia criativa. Ao longo da sua trajetória, destaca três trabalhos que realizou: a campanha dos quadrinhos do Bib’s para a Neugebauer – que virou livro e entrou para os mais vendidos da Feira do Livro -, o jingle para o Banco Meridional e a “campanha dos sirizinhos, do milho e do churros” – que cantavam o jingle de verão da Zero Hora.

Ao finalizar, aconselha os estudantes que entrem o quanto antes para uma agência, um estágio. “Conversem com as pessoas, se ofereçam para ficar do lado delas, bebam conhecimento dos profissionais. É a melhor faculdade que existe pra quem deseja atuar na publicidade”.

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Júlia Bueno. Integrante do projeto ‘Correspondente Universitário‘ do Portal Comunique-se e estudante de jornalismo na Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS).

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