A jornalista Basília Rodrigues tem sido alvo de racismo. É o que apontam denúncias recebidas pelo site ‘Alma Preta’ na última quarta-feira, 15, relatando perseguição à comentarista política do canal. O caso está em investigação pela CNN Brasil.
As atitudes racistas foram relatadas ao site de notícias por um funcionário da CNN. No texto publicado, a fonte afirma que a profissional foi alvo de preconceito por seu cabelo e recebeu tratamento diferenciado do que é dado a outros jornalistas em situações semelhantes.
“A edição do jornal Novo Dia chegou a reclamar da comentarista estar “descabelada”. De acordo com as fontes ouvidas, Basília mudou o cabelo de um lado para o outro, o que deixou uma parte mais volumosa. Os funcionários dizem ser comum orientar as pessoas, quando estão ao vivo, a arrumar o cabelo”, afirma o texto.
Além disso, de acordo com a denúncia feita ao ‘Alma Preta’, a edição de imagem do programa ‘Novo Dia’ optou por cobrir as imagens da jornalista em edições recentes. Durante suas falas, seria deixada a sua voz com imagens de apoio para ilustrá-la durante as entradas ao vivo.
Ao colunista Maurício Stycer, do UOL, a direção da CNN Brasil divulgou nota oficial, falando sobre o caso. A emissora definiu que a “acusação é gravíssima” e está sendo investigada, mas defendeu que até o momento não encontrou nenhuma evidência que comprove as acusações.
“De qualquer forma, queremos ressaltar: se qualquer colaborador da CNN for vítima ou presenciar qualquer situação de discriminação ou violação de natureza ética ou legal, deve procurar a área de recursos humanos ou de compliance e relatar o ocorrido. Todos os casos serão apurados com rigor e transparência, preservando a identidade de quem fizer a denúncia”, ressalta o texto enviado ao UOL.
O assunto foi comentado também por Basília Rodrigues em suas redes sociais. No Twitter, a jornalista e comentarista política da CNN agradeceu o apoio e solidariedade recebidos, além da atitude tomada pela emissora. Em tweets seguintes, ela comentou também a gravidade do fato e que o racismo é uma luta diária, vivida pelas pessoas negras.
“O racismo e o negro convivem dia a dia. É uma relação insuportável, uma companhia inconveniente que está à bordo, em uma mesma viagem. Às vezes, me pergunto, haverá ponto final? Logo, penso que esse não é o mal do negro, esse é o mal do racismo”, finalizou em sua publicação.
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