No meio da comunicação brasileira, contratos via pessoa jurídica (PJ) superam o volume de profissionais contratados sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). É o que mostra a pesquisa “Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil”. Realizado de 20 de outubro a 5 de dezembro de 2021, o levantamento, organizado pelo Portal Comunique-se por meio da plataforma Comunique-se 360, contou com 335 respondentes — entre jornalistas de redação, atuantes em agências de comunicação e comunicadores que, apesar do título, estão fora da imprensa.
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De acordo com os dados colhidos pela pesquisa, a “pejotização” é o modelo de trabalho mais popular nos três níveis mapeados como empregadores de jornalistas no país. Em veículos de comunicação, PJs somam 54,1% (além de mais 5,4% que têm rendas formadas por trabalho como CLT + PJ). Em agências de comunicação, a proporção de PJ é ainda maior: 61,5% e mais os 9% que combinam a carteira assinada com contrato como pessoa jurídica.
Para comunicadores que responderam ao questionário da pesquisa, mas estão trabalhando fora das redações e das assessorias, PJ também foi a resposta mais popular entre as opções. 47,7% desses profissionais trabalham integralmente a partir de acordos por meio de pessoa jurídica. Contratados via CLT representam 44,1% dos entrevistados. E, por fim, a combinação entre os dois modelos moldam a renda de 8,1% dessa parcela do público ouvido pelo Portal Comunique-se.
Alta carga horária
O modelo de trabalho — PJ X CLT — não é o único indicador a unir os jornalistas brasileiros — sejam eles atuantes em redações, agências ou fora do dia a dia de órgãos de imprensa. A alta carga horária diária de serviço é outro ponto em comum entre toda a categoria. Àqueles em veículos de mídia, o mais comum é trabalhar de 8 a 10 horas, em média, a cada dia (41,4% das respostas). Para quem está em agência, a carga mais comum é de 6 a 8 horas (35,9%), seguida justamente de 8 a 10 horas (33,3%). O comunicador fora desses dois ambientes trabalha, na média, de 8 a 10 horas (38,7%).
Questão salarial
O “Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil” promovido pelo Brasil foi buscar entender também como está a parte salarial. Nessa parte, profissionais inseridos em veículos de comunicação são, percentualmente, os que menos conseguem receber salários superiores a R$ 10 mil — 25,2%, mesmo nível de respostas para vencimentos de R$ 5 mil a R$ 7 mil. Ter renda mensal acima de R$ 10 mil foi a resposta dada por 29,5% dos entrevistados atuantes em agências e 28,8% de quem está fora das redações e das assessorias.
Nesse sentido, foi perguntado exclusivamente para quem trabalha em veículos de comunicação: “você pensa ou já pensou em desistir do jornalismo para tentar carreira em algum outro setor?”. A maioria absoluta (55%) admitiu que, sim, pensa (ou pensou) em mudar de ares profissionais. E o ponto salarial foi colocado como o principal motivo para esse tipo de pensamento. Afinal, a remuneração foi citada por 62,3% dos respondentes (entre quem pensou/pensa em deixar o jornalismo). A pressão no dia a dia de trabalho apareceu distante, mas na segunda posição do item: 11,5% das respostas.
A partir dos dados apresentados pela pesquisa é possível afirmar, por exemplo, que parte foi além de pensar e… deixou de trabalhar em veículos de comunicação. Entre os respondentes que atualmente estão inseridos em agências, 67,9% já trabalharam em algum momento em redação. Volume similar a de quem hoje se vê profissionalmente fora de assessoria ou veículo: 65,8%.
De todo o universo de respondentes do levantamento, 10,4% estão em busca de oportunidade. Dentro dessa parcela, boa parte não pretende, necessariamente, trabalhar em alguma vertente da mídia. Isso porque 34,3% dos desempregados afirmam que almejam encontrar um emprego fora da área de comunicação. Enquanto isso, 28,6% batalham para galgar vagas exclusivamente em veículos de mídia. Agências estão na mira de 20% desse público.
Fator pandemia
Entre os comunicadores brasileiros desempregados chama a atenção o fato de praticamente a metade (48,6%) encontrar-se nessa condição desde antes de o país conviver com a pandemia da Covid-19. Entre aqueles que trabalham — redações, agências ou em qualquer outro nicho ou setor — o período pandêmico serviu para estagnar o salário (47,2%). Para 27,6% dos entrevistados, no entanto, os vencimentos mensais foram reduzidos, percentual maior do que aqueles que viram seus salários aumentarem (25,2%).
Home office e digitalização
Ainda em relação ao mercado de trabalho, o “Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil” evidencia que a maioria está — ao menos momentaneamente — trabalhando integralmente de casa, o famoso home office (52,4%). O trabalho presencial foi a resposta de 24,4% dos entrevistados ativos no mercado. O modelo híbrido, por sua vez, está presente na vida profissional de 24,4% dos comunicadores atualmente empregados no país.
Diante da implementação do home office, os comunicadores brasileiros estão cada vez mais digitais, inclusive para aquisição de novos conhecimentos. No bloco de “atualização e novas mídias” do levantamento, as redes sociais aparecem como o principal meio para atualização profissional, com 65,1% das respostas (a pergunta poderia contar com a seleção de mais de uma resposta). Na sequência, apareceram: cursos online (62,7%); e-books & artigos (60,3%); webinars (37%); e cursos presenciais (20%).
A relação dos jornalistas do Brasil com as novas mídias vão além da busca por atualização por meio das redes sociais. Por falar em plataformas de social media, 91,3% dos entrevistados têm perfil ativo no Instagram. Ainda nesse campo, 60,9% dos respondentes revelaram: planejam ou planejaram dedicar-se profissionalmente às novas mídias, como editar um blog ou manter canal no YouTube. Em contrapartida, a maioria absoluta (55,2%) acredita que o advento das redes sociais e a ascensão dos chamados influenciadores digitais prejudicaram o jornalismo e os jornalistas em geral.
Relação com as mídias
A parte digital também aparece com destaque no item sobre hábitos e costumes dos jornalistas brasileiros. Isso porque na pergunta “você costuma acompanhar quais formatos de conteúdo?” (que poderia ter mais de uma resposta marcada), a “internet, sobretudo a parte textual” surge como o meio mais popular, sendo indicada por 98,2% dos jornalistas entrevistados. TV paga, TV aberta, vídeos online, rádio e podcast dão sequência ao ranking. Respectivamente, foram mencionados por 71,9%, 63%, 61,5% 55,8% e 46,3%, respectivamente. Representantes da mídia impressa, jornais (36,7%) e revistas (23,6%) aparecem nas últimas colocações.
Veículo de comunicação centenário e que se faz presente no impresso e também no online, a Folha de S. Paulo aparece como o “queridinho” entre os comunicadores do país. O título foi — disparado — o mais citado para a questão: qual ou quais veículos você assina ou apoia. Em números absolutos, 77 entrevistados afirmaram que assinam a publicação mantida pela família Frias. Com menos da metade do volume da Folha, O Globo aparece na segunda colocação, com 37 assinantes. O Estadão completa o pódio, sendo citado por 34 respondentes.
Relatório completo: Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil
A íntegra do “Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil” está disponível para download GRATUITO. Para ter acesso ao material completo, basta clicar aqui e preencher o formulário online. O relatório em 11 capítulos:
- Objetivos e métodos;
- Perfil do respondente;
- Em busca de oportunidade;
- Trabalho na imprensa;
- Trabalho em agência;
- Trabalho fora da imprensa e da agência;
- Mercado de comunicação na pandemia;
- Atualização e novas mídias;
- Hábitos e costumes;
- Conclusão dos dados;
- Sobre o Comunique-se.
Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil. Baixe gratuitamente o relatório do levantamento realizado pelo Portal Comunique-se
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O “Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil” foi realizado por meio do Comunique-se 360, solução desenvolvida pelo Grupo Comunique-se para a área de comunicação corporativa, com serviços de mailing imprensa, gestão de bases de contatos, envio de e-mail marketing & newsletter e clipping.