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Repórter russa é assediada por torcedores brasileiros

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Durante trabalho para o iG, jornalista sofreu com atitude de torcedores. Repórter russa não é a primeira a ser assediada por brasileiros durante a Copa do Mundo

Mais um caso de assédio envolvendo torcedores brasileiros que estão na Rússia para acompanhar a Copa do Mundo. Na terça-feira, 19, uma repórter russa foi vítima da atitude promovida por um grupo de homens que vestia a camisa da seleção brasileira. Ao tentar produzir conteúdo para o site brasileiro iG, a jornalista acabou surpreendida com um vídeo. Nele, a turma responsável pelo assédio canta versos como “chupar xoxota” e “meter a língua na sua vagina”. As frases fazem parte do funk “Chupa”, do Mc 2k.

Ao destacar o caso de assédio envolvendo a jornalista, a redação do iG informa que o caso contou com a participação de ao menos 14 homens. A equipe do site conta, ainda, que a intenção da repórter russa escalada para a pauta era gravar entrevistas com torcedores brasileiros. Com 30 segundo de duração, o vídeo mostra o grupo de assediadores sorridentes e saltitantes. Antes de começar o cântico com palavras ofensivas e com referência ao órgão sexual feminino, um dos integrantes chama a comunicadora de “gracinha”.

Vídeo divulgado pelo iG:

A repórter russa que tentava colher material para o iG comentou a situação. Ela, que entende – mas não é fluente – português, conversou com o veículo brasileiro. Reforçou ter ficado chateada com o episódio de assédio. “O sentimento não foi nada bom, foi triste. Eles pareciam ser divertidos, mas na verdade não foi nada legal. Você não espera algo assim, você espera coisa boa. E, então, acontece isso”, disse a jornalista – conforme relatado pelo próprio iG.

Como não tem plena fluência com a língua portuguesa, a jornalista informa que só percebeu o grau ofensivo dos cânticos posteriormente à gravação. “Na hora, não percebi. Estava bem ansiosa porque tentava fazer a entrevista em português e eles estavam cantando para mim. Não prestei atenção nas palavras, só percebi depois que vi o vídeo de novo”, comenta. Apesar de ser vítima de assédio, a repórter russa afirma que a maioria dos torcedores brasileiros é simpática e educada.

Jornalista russa no iG

O iG em momento algum divulga o nome da jornalista da Rússia que foi alvo do assédio promovido por brasileiros. Porém, uma semana antes do início da Copa do Mundo, o site informou que contaria com os trabalhos de uma repórter russa durante o mundial. Na ocasião, foi divulgado que a profissional de nome Варвара гернеза teria a missão de produzir vídeos para o iG. “Ela é russa, mora em Moscou e acabou de passar cinco meses em São Paulo”, anunciou o veículo brasileiro.

Copa do Mundo, assédio e imprensa

O caso com a jornalista que gravava para o iG não foi o primeiro de assédio nesta Copa do Mundo. O vídeo de grupo de brasileiros incitando mulheres russas a repetirem palavras em português de cunho sexual ganhou repercussão na mídia nacional e internacional. O assunto chegou a ser mencionado no Senado. Além da repórter russa, uma comunicadora colombiana (enviada da Deutsche Welle) e uma argentina foram assediadas por torcedores na Rússia. As duas foram beijadas enquanto tentavam fazer seus trabalhos.

https://www.youtube.com/watch?v=JVN7Oo-Ut20

 

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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