A relação entre SEO e jornalistas, por incrível que possa parecer, ainda não é das melhores. Especialmente com profissionais mais seniores, que viveram anos no jornalismo tradicional. E vejo duas causas para essa inimizade. A primeira está relacionada ao histórico do SEO. A expressão “meu passado me condena” cabe perfeitamente neste caso. Já o segundo motivo está ligado à falta de conhecimento dos jornalistas.
Antes de avançarmos por aqui, vale definir o que é o tal de SEO. Ele nada mais é do que um conjunto de técnicas para aplicar em textos publicados na internet, para que esses materiais ganhem bom posicionamento orgânico nos buscadores. Ou seja, o objetivo é que o conteúdo apareça em destaque no Google quando alguém pesquisar por determinada expressão (que deverá constar no material). E tudo isso a custo zero para o produtor do conteúdo.
Só que antigamente, quando a inteligência artificial dos buscadores não era tão avançada, muitos conseguiam chegar ao topo do Google, por exemplo, com conteúdos ruins. Isso porque bastava escrever um texto repetindo muito a palavra-chave principal para se destacar. Imagine uma matéria ou um artigo de 300 palavras com um termo sendo usado 50 vezes. Obviamente, a qualidade de um material assim não tem como ser boa.
Mas a coisa evoluiu. Os buscadores perceberam que estavam “premiando” conteúdos ruins e, hoje, quem ainda usa essa estratégia de repetição exagerada de palavra-chave é punido. Ou seja, não ocupa as primeiras posições. Há até uma regra que indica uma porcentagem máxima (de 2% a 3%) da repetição. Resumindo: num texto de 300 palavras, você não pode usar a palavra-chave mais do que 9 vezes.
O Google e as outras ferramentas conseguem perceber, através de várias métricas, se um material é bom ou não. O tempo de permanência, por exemplo, é outro forte indicativo. Afinal, tendemos a ficar numa página ou matéria apenas quando algo nos agrada. E isso é muito relevante para os buscadores, que sempre querem entregar o que há de melhor para seus usuários.
Do lado dos jornalistas, a resistência com o assunto é justamente devido à falta de conhecimento. Muitos ainda acreditam que se faz SEO como antigamente. Ou seja, que será preciso sujar o conteúdo com muitas repetições de palavras. Outros alegam que o texto ficará “duro”, não terá uma leitura natural. Alguns dizem que não se faz jornalismo assim. Enfim, as justificativas são várias, mas todas elas não são válidas.
Em cada turma, sempre começo o meu curso de SEO para jornalistas já quebrando essas visões equivocadas e preconceito. No início do treinamento, peço para os alunos fazerem um texto normal, “puro” jornalisticamente falando. Ao final, depois de aprenderem as técnicas de SEO, eles voltam no material para editar e aplicar as técnicas. Muitos se surpreender ao ver que a nova versão ficou até melhor do que a original.
Isso porque há uma série de requisitos que precisam ser cumpridos para atender às exigências dos buscadores, inclusive com a objetividade, o tamanho das frases e dos parágrafos, os intertítulos, entre outras. E, muitas vezes, não temos essa preocupação quando fazemos um material sem SEO.
O que vale destacar é que aplicar as técnicas traz vantagens aos dois lados: SEO e jornalistas. Quando elaboramos um material que vai ao encontro do que as pessoas estão buscando, o Google entrega nosso texto a esses interessados. E isso é sensacional para nós! A maior vitrine digital do mundo pode exibir e distribuir nossos conteúdos e a custo zero. As consequências disso são mais pageviews, cliques, pessoas impactadas, audiência, autoridade, parcerias, vendas…
O objetivo é que o seu material fique eternamente em destaque no Google. Daqui a um ou dois anos, ele pode ter mais acessos do que hoje. Caso contrário, se você não aplicar o SEO, aquele material que você teve tanto trabalho para fazer ficará escondido, inacessível, num buraco na internet. Até porque você não facilitou o trabalho dos buscadores. Cá entre nós, um desperdício…
Se você é jornalista e ainda tem resistência ao SEO, comece a mudar sua mentalidade. Isso não é uma modinha que passará daqui a pouco. Ou você se adapta e se torna um jornalista desta era digital ou pode resgatar sua máquina de escrever.
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