Absolutamente chocado, desnorteado, sensação de nocaute. A notícia da queda do avião da Chapecoense surgiu diante dos meus olhos às 3h40 da manhã, momento em que nenhum veículo de imprensa brasileiro havia publicado a informação. Parecia mais um boato disseminado nas redes sociais.
Perguntei aos colegas Alexandre Ferreira e Marcos Antonio de Jesus se tinham visto algo, e também disseram não saber de nada. Por desencargo de consciência, resolvi abrir o site da Rádio Caracol, a maior cadeia de comunicação colombiana, que já trazia a notícia em destaque com letras garrafais. Senti um aperto no peito.
Eu e Marcos Antônio fizemos, de forma improvisada, uma edição extraordinária de O Globo no Ar. Com Alexandre, no ‘Acorda Rio’, monitoramos as agências de notícias e os sites colombianos, fizemos escuta das rádios locais. Uma angústia sem fim. Mas o rádio na madrugada cumpriu seu papel. E a cobertura será longa.
Além do time da Chapecoense, orgulho brasileiro, alguns dos ocupantes do avião eram colegas de imprensa. Alguns inclusive próximos, ex-companheiros de trabalho. Que as famílias das vítimas e os sobreviventes estejam amparados e recebam todo o nosso carinho neste dia tão doloroso.
*Maurício Bastos. Apresentador da Rádio Globo.
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