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Bye Bye, Ford. Bye bye, happyness – Por Heródoto Barbeiro

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A dupla Simon e Garfunkel nada em a ver com isso. A empresa americana quer ser um player importante na fabricação de carros e caminhões do mundo. Para isso escolhe locais estratégicos e um deles é o Brasil. Possuir um mercado fornecedor de matéria primas para a indústria automobilística é um diferencial competitivo não só contra outras montadoras americanas, mas principalmente europeias. Do outro lado do Atlântico, onde nascem a toda hora modelos novos de carros, as empresas europeias se apoiam nos governos locais para consolidar mercados consumidores e seus produtos.

O Estado apoia a internacionalização das vendas uma vez o mundo não está ainda preparado para uma derrubada geral das alfândegas e abrir o mercado para a competição, venha de onde vier. Vive o que os marxistas chamam de etapa superior do capitalismo. Os Estados Unidos, dada a sucessão presidencial, ora é favorável à abertura comercial com o mundo com os democratas, ora é favorável ao isolacionismo com os republicanos. Mas uma coisa é certa, ambos lutam pela supremacia americana no mundo.

As novas tecnologias buscam caminhões que carreguem mais cargas e carros com maior velocidade. A sociedade de consumo está aberta para comprar pelo menos um carro para cada membro da família. Até mesmo a classe média alimenta esse sonho. Os mais ricos querem carros exclusivos, potentes, e que se diferenciem dos modelos que são despejados sem parar nas novas fábricas organizadas na forma de linhas de montagem.

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Este foi um dos diferenciais competitivos da Ford Motor Company. O fundador da empresa, Henry Ford, é considerado uma dos grandes capitães de indústria dos Estados Unidos, graças às inovações técnicas e gerenciais introduzidas em sua empresa. Afinal a fábrica original da Ford americana está retratada no filme Tempos Modernos, do genial Charles Chaplin. Sem mostrar o logotipo, é claro. Henry Ford descobre que pode pagar salários mais altos aos funcionários, desde que aumentem a produtividade. Ou a mais valia dizem os adeptos de Marx.

Os olhos da Ford se voltam para o Brasil. Um mercado consumidor potencial, com um território imenso, e por isso vai precisar de veículos. A verdade é que muitas das estradas só existem nos mapas. De outro lado tem imensas riquezas naturais que podem ser exploradas pela indústria. Por exemplo, o látex matéria prima básica para a fabricação de pneus.

O presidente da república está atento para o que pode significar a vinda da Ford para o Brasil e se mostra generoso. Isenção de impostos para a exportação e a cessão de um terreno para a Ford explorar. Nasce, nas margens do Rio Tapajós, com extinção de milhares de quilômetros, a Fordlândia.

O projeto sobrevive de Washington Luís a Getúlio Vargas. Com a queda dos preços e a competição dos plantations no sudeste asiático a Fordlândia se torna cara e pouco competitiva. A empresa decide sair do Brasil e leva uma indenização pelas melhorias feitas na área em 1945. Não será esta a única vez que a Ford Motor Company vai sair da terra do Macunaíma.

• Heródoto Barbeiro é âncora do Jornal da Record News, o primeiro em multiplataforma.

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Heródoto Barbeiro

Comentarista do ‘Jornal da Record News’, noticiário do qual atuou por anos como âncora e editor-chefe. Já foi professor de história, carreira que seguiu por quase 20 anos. Na imprensa, passou por CBN, Rádio Globo, Jovem Pan, TV Cultura, TV Gazeta e Diário de S. Paulo. Edita o Blog do Barbeiro – Barba, Bigode e Cabelo, hospedado pelo R7. É "Mestre do Jornalismo" do Prêmio Comunique-se na categoria 'Âncora de Rádio'

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