O motivo relatado seria uma revolta contra a atuação da imprensa durante a pandemia da Covid-19
Um integrante do Corpo de Bombeiros foi o responsável por atear fogo na porta de um jornal no interior de São Paulo. O caso ocorreu na cidade de Olímpia, no dia 17 de março, e foi confessado por Cláudio José de Azevedo Assis, que afirmou ter agido em revolta à atuação da imprensa no combate à pandemia da Covid-19. O veículo de comunicação incendiado foi o Folha da Região.
De acordo com notícia publicada pelo G1, as chamas atingiram a sede do jornal, onde também funcionam o site IFolha e a Rádio Cidade FM, chegando à porta da casa de José Antonio Arantes, dono e editor do veículo. O jornalista mora no mesmo local e estava com a família quando sentiu o cheiro de fumaça.
Uma matéria da Abraji aponta que a polícia suspeitava de que o crime teria sido motivado pelo posicionamento do jornal de forma favorável às medidas restritivas para conter os avanços da pandemia da Covid-19, o que foi confirmado pelo próprio bombeiro.
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Além de ter acesso a um vídeo gravado pela câmera de segurança que mostra o momento exato em que Assis chega para cometer o crime, ao revistar a casa do suspeito, a polícia encontrou a mochila utilizada para carregar gasolina até o prédio do jornal.
Apesar das provas e da confissão, Cláudio José de Azevedo Assis responderá em liberdade. À Abraji, o delegado responsável pelo caso afirmou que a decisão deve-se ao fato de que ele se apresentou de forma espontânea e tem a ficha limpa, além de residência e empregos fixos.
A situação, no entanto, traz insegurança a Arantes, que já sofreu ameaças anteriormente e não descarta a possibilidade de ter sido um crime encomendado. Além disso, ele revelou ter medo de que o bombeiro tenha novos surtos psicóticos que o levem a atacar o jornal. “É difícil imaginar que uma pessoa treinada para salvar vidas possa cometer esse crime”, disse à Associação.