A capa da atual edição da revista IstoÉ segue agitando o governo federal. Dias após o ministro das Comunicações, Fábio Faria, chamar a publicação de “criminosa”, foi a vez da Advocacia-Geral da União (AGU) agir. Em notificação extrajudicial enviada à direção do impresso, o órgão pede para o material ser trocado como forma de direito de resposta. Pela sugestão, o presidente Jair Bolsonaro deixaria de ser comparado ao nazista Adolf Hitler para ser elogiado pela publicação, sendo referido como alguém que “defendeu a vida” em meio à pandemia da Covid-19.
Leia mais:
- Gabriela Prioli ganha mais espaço na CNN
- Abracom lança podcast sobre comunicação
- Como ficou o novo Estadão impresso?
No conteúdo encaminhado à revista da Editora Três, a AGU argumenta que o tom crítico a Bolsonaro foi “ridículo, pueril, acintoso e criminoso”, informa o portal Poder 360. Na capa em questão, Bolsonaro aparece como se fosse Hitler, com o característico bigode do nazista formando a palavra “genocida”. Além disso, o chefe de Estado brasileiro é chamado de “mercador da morte”. Nas páginas internas da IstoÉ, o político é definido como “arquiteto da tragédia”.
Atacou as instituições presidência da República e governo do Brasil de um modo sem precedentes
“A revista Istoé atacou as instituições presidência da República e governo do Brasil de um modo sem precedentes, com o artifício mais baixo e arrogante do debate político, explorando a um só tempo a dor do povo judeu e a dor de quem perdeu pessoas amadas na Covid”, afirma a AGU na notificação. Para o órgão, essa declaração deve ser divulgada pela revista como forma de retratação — que, conforme a solicitação, precisa contar com capa em que Bolsonaro aparece sorridente, acenando ao povo e abraçando crianças; com tudo acompanhado da manchete “governo Bolsonaro defendeu a vida, o emprego, a liberdade e a dignidade”.
Bolsonaro X IstoÉ: próximos capítulos
A AGU indica que o comando da Editora Três tem até sete dias para providenciar a capa da IstoÉ elogiosa a Jair Bolsonaro. Como a empresa de comunicação deve se recusar a realizar tal ação, o embate deve parar na Justiça. Isso porque o órgão indica que “demais providências cabíveis no âmbito penal e cível” serão tomadas. A notificação é assinada pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco.