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Eleições: comunicadores são hostilizados, agredidos e ameaçados

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Desde os resultados das eleições, ao menos nove jornalistas foram agredidos Brasil afora. Comunicadores foram ameaçados e hostilizados por militantes de partidos políticos. Alguns profissionais foram agredidos fisicamente

Ao menos nove jornalistas foram intimidados ou agredidos fisicamente desde o anúncio dos resultados das eleições de domingo, 28. Nos sete casos, a violência partiu de apoiadores do candidato eleito para a presidência da República Jair Bolsonaro (PSL). No ambiente digital, um repórter recebeu ameaça em rede social por parte do deputado federal Marcio Labre (PSL-RJ). Outras dezenas de profissionais receberam mensagem ofensiva do assessor de imprensa de Bolsonaro.

Em Fortaleza, um profissional de O Povo foi agarrado pelos braços por apoiadores do político do PSL enquanto cobria a comemoração da vitória no comitê de Bolsonaro. Uma repórter da TV Verdes Mares foi agredida verbalmente enquanto tentava registrar o evento. O carro da emissora foi atingido com pedras.

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Em São Paulo, a repórter Anna Virginia Balloussier (Folha de S. Paulo) foi cercada e hostilizada por eleitores de Bolsonaro que comemoravam o resultado da eleição na Avenida Paulista. Segundo Balloussier, apenas um dos presentes a defendeu.

Também na Avenida Paulista, a jornalista holandesa Sandra Korstjens, correspondente na América Latina da emissora RTL Nieuws, sofreu assédio sexual por apoiadores do político e foi perseguida e intimidada por um homem. Segundo Korstjens, o homem impossibilitou que ela prosseguisse com o trabalho. “Felizmente, havia outros apoiadores que me defenderam”, disse a repórter.

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(Imagem: reprodução)

Xingamentos

No Rio de Janeiro, em frente ao condomínio em que o presidente eleito reside, a jornalista Mellyna Reis foi hostilizada por eleitores que celebravam a vitória do candidato. Enquanto fazia uma transmissão ao vivo, foi chamada de “vagabunda” e “mentirosa” por uma mulher. Um colega da rádio BandNews prestou auxílio e afastou a senhora.

Mais tarde, ao acompanhar alguns membros da equipe de Bolsonaro ao hotel próximo ao condomínio, apoiadores do político cercaram e agrediram verbalmente Reis e outras equipes de cobertura, tornando gravações inviáveis.

Em Santos (SP), um cinegrafista e um repórter da TV Tribuna, além de uma fotógrafa do jornal A Tribuna, foram hostilizados por eleitores de Bolsonaro e tiveram de deixar o local em que estavam na Praça da Independência, onde havia uma comemoração do resultado da eleição presidencial. Alguns apoiadores do político pediam calma aos demais.

Em Campo Grande, a repórter Renata Volpe Haddad (Correio do Estado) foi hostilizada por eleitores de Bolsonaro que celebravam o resultado na Avenida Afonso Pena. Alguns puxaram seu crachá profissional, ao identificar seu sobrenome (igual ao do candidato derrotado, Fernando Haddad). A jornalista virou seu crachá para ocultar o nome. Ao sair do local, teve o cabelo puxado.

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(Imagem: reprodução)

Pelas redes

Na madrugada de segunda-feira, 29, o deputado federal eleito Marcio Labre (PSL-RJ) ameaçou pelo Twitter o jornalista João de Andrade Neto (Diário de Pernambuco). Em resposta a uma postagem de Neto sobre combate ao fascismo e sobre democracia, Labre disse que “se transgredir a lei e a ordem, vai conhecer a mão pesada do estado”. Usou ainda de ofensa: “Não gostou? Enfia o dedo naquele lugar e rasga, mas se tentar sabotar o país, haverão (sic) consequencias”.

Por meio de uma lista de transmissão no WhatsApp, Carlos Eduardo Guimarães, o assessor de imprensa do gabinete de Jair Bolsonaro enviou uma mensagem com ofensas a jornalistas. Sob uma foto com os primeiros resultados da apuração de votos para presidente, Guimarães chamou os jornalistas de “engodo” e “lixo”.

Em nota também enviada via WhatsApp, o assessor pediu “sinceras desculpas” aos jornalistas brasileiros. “(…) usei palavras absolutamente inadequadas, extrapolando na minha manifestação”. “(…) de forma alguma quis generalizar, atacar ou desmerecer quaisquer profissionais, não sendo essa a orientação dos Deputados Jair Messias Bolsonaro e Dep. Eduardo Nantes Bolsonaro”, finaliza Guimarães.

Com esses casos, as ocorrências de violência registradas pela Abraji desde o início deste ano em contexto eleitoral chegam a 153 (72 físicas e 81 digitais). De 16 de agosto, quando a campanha eleitoral teve início, até hoje, foram 42 casos.

Repúdio aos ataques

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudia as agressões e a intimidação contra os profissionais. A cada vez que um(a) jornalista sofre violência por exercer seu ofício, a liberdade de expressão é atacada e um dos pilares da democracia se abala. Respeitar o(a) jornalista é respeitar o direito fundamental de acesso a informações, que é de toda a sociedade.

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Abraji

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Criada em 2002 por um grupo de jornalistas brasileiros interessados em trocar experiências, informações e dicas sobre reportagem, principalmente sobre reportagens investigativas. É mantida pelos próprios jornalistas e não tem fins lucrativos.

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