Gérson de Souza, ex-repórter do ‘Domingo Espetacular’, virou réu em mais um processo de importunação sexual, movido por uma produtora do telejornal. O caso, ocorrido em 2019, faz parte de uma denúncia em grupo, feita por quatro funcionárias do programa da Record.
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Informações divulgadas pelo jornalista Rogério Gentile, em coluna no UOL, apontam que essa é a segunda ação judicial aceita contra o repórter, após recurso levado ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Em 2020, apenas uma das quatro denúncias havia sido aceita e levou à demissão do jornalista.
No novo processo, a produtora do ‘Domingo Espetacular’ afirmou que frequentemente ouvia comentários ofensivos sobre sua aparência, como “sua gostosa” e “sua delícia”, e sobre suas roupas. O documento descreve, ainda, que ele frequentemente a cumprimentava com beijo próximo à boca e fazia insinuações de cunho sexual.
O pedido de recurso foi analisado pela desembargadora Fátima Gomes, que considerou que os fatos apontados são, “em tese”, enquadrados como importunação sexual. Segundo o Código Penal, o crime prevê prisão de até cinco anos. Ainda à coluna do portal de notícias, o advogado de Gérson de Souza afirmou que recorrerá à nova decisão e destacou o fato de duas denúncias não terem sido aceitas pela Justiça.
Posicionamento nas redes sociais
Na época em que as denúncias vieram à tona, em maio de 2019, Gérson de Souza comentou o caso nas redes sociais. Em legenda de foto publicada no Instagram, o repórter nega as acusações e afirma ser “um homem que respeita seus colegas, independentemente de seu gênero”.
Demissão da Record
Um ano e cinco meses após as denúncias serem feitas ao Ministério Público, a Record demitiu o jornalista. Durante o período, o repórter da emissora foi afastado, enquanto o desfecho das investigações policiais era aguardado. O desligamento foi efetivado quando Gérson de Souza tornou-se réu em ação movida por uma das vítimas.
Internamente, no departamento de Recursos Humanos da empresa de comunicação, mais denúncias contra o jornalista foram feitas. Na época, 12 mulheres afirmaram ter sido vítimas de assédio sexual há anos, com constrangimentos que iam de palavras maliciosas a toques físicos.