Opinião

Metrópoles lança projeto para criar tendência no colunismo brasileiro

A segunda-feira, 24, foi de estreia na imprensa brasileira. Conforme anunciado em abril, Guilherme Amado passou a atuar como colunista do Metrópoles. E não está sozinho no projeto implementado junto ao portal de notícias. Ex-Veja, O Globo e Época, ele está à frente de equipe que promete ir além das tradicionais notinhas no colunismo online brasileiro.

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Acompanhado por Eduardo Barretto e Naomi Matsui em Brasília — dupla que já colaborava com a coluna nos tempos de Época —, Bruna Lima no Rio de Janeiro e mais um repórter a ser contratado em São Paulo, Amado chega ao novo veículo de comunicação com a missão de publicar diariamente conteúdos multimídia. Materiais esses que terão formatos diversos. Além das notinhas em texto com informações exclusivas sobre os bastidores do poder e outros temas pertinentes, a coluna contará com entrevistas, análises e exibição de gráficos. 

Tudo isso não se restringirá à mídia escrita. O espaço contará com conteúdos em vídeo. A cada três meses, um curta documentário será lançado — com cada produção tendo até dez minutos de duração. Amado e equipe terão ainda o desafio de quinzenalmente apresentar ao público em geral investigações de fôlego. Em termos multimídia, o trabalho contará, no decorrer dos próximos meses, com podcast

Com áudio e vídeo tendo protagonismo na coluna a ser editada por Guilherme Amado a partir desta semana, o comando do Metrópoles demonstra entusiasmo. Internamente, o time portal fala na possibilidade de a estreia em questão ser mais do que mera movimentação na imprensa. A expectativa é a de que o investimento ajude a moldar uma nova era na mídia brasileira. Criar tendência, com as colunas informativas online não se restringindo a textos, sobretudo notas curtas.

Da esquerda para direita: Bruna Lima, Guilherme Amado, Eduardo Barretto e Naomi Matsui. (Imagem: Divulgação)

Metrópoles e a nova era do colunismo brasileiro

O mais novo projeto do Metrópoles remonta à evolução das colunas da imprensa brasileira. No livro Cidade dos Artistas (Editora Mauad), de 2004, a dupla Raquel Paiva e Muniz Sodré foca no histórico da relação entre a imprensa e a cidade do Rio de Janeiro. Pontos abordados na obra destacam, porém, como funcionava a mídia em nível nacional, sobretudo a parte de colunas durante as décadas de 1940 e 1950. Na época, eram conteúdos voltados à chamada coluna social e, por questões das tecnologias da época, presentes exclusivamente no meio impresso.

A partir da segunda metade do século XX, as colunas dos jornais passaram a ir além de cobrir festas e demais ações da high society do país. Notinhas e informações sobre política e destaques da iniciativa privada começaram a ganhar vez. Foi, assim, por exemplo, com os conteúdos editados por Zózimo Barrozo do Amaral (1941 – 1997) para o Jornal do Brasil e, posteriormente, O Globo.

Colunas como as de Zózimo seguiram restritas ao meio impresso até o início dos anos 2000. Com o advento da internet, uma tendência se consolidou a partir da ida da tradicional ‘Radar’, da revista Veja, para o campo digital. Então editado por Lauro Jardim, hoje em O Globo, o conteúdo ganhou vez na web. Assim, notas exclusivas e diárias tiveram vez junto aos internautas do ‘Radar On-line’. Desde então, outras colunas e outros colunistas investiram nesse tipo de formato. 

“Vai oferecer uma nova experiência ao leitor de internet”

Guilherme Amado

Da migração do impresso para o virtual, o trabalho de mídia escrita seguiu imperando no dia a dia do colunismo brasileiro. Algo que está prestes a mudar, observa Guilherme Amado. “Este novo modelo de coluna, eu creio, vai oferecer uma nova experiência ao leitor de internet”, comenta o jornalista. “[O público] terá à sua disposição todo o potencial do jornalismo digital, como o Metrópoles já oferece, mas agora sob a assinatura de um colunista e uma equipe focada em um tripé: furos, profundidade e narrativas saborosas, na linguagem que for”, prossegue o profissional que é vice-presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Guilherme Amado: um jornalista digital

O trabalho da equipe de Guilherme Amado não ficará restrito ao domínio metropoles.com. Mais do que plataformas utilizadas para disseminar conteúdos, as redes sociais serão aliadas para a interação. Com mais 60 mil seguidores no Twitter e no Facebook, ele foi o primeiro colunista de política do Brasil a criar perfis no Instagram e no TikTok. Para o novo trabalho, dará voz aos internautas. Nesse sentido, organizará encontros (num primeiro momento virtual) com leitores — sejam fãs ou críticos da coluna.

“Temos que nos abrir aos elogios e às críticas e estarmos dispostos a tirar quaisquer dúvidas dos leitores sobre as apurações e ouvir sugestões que eles tenham a nos fazer”, afirma o novo colunista do portal Metrópoles. “Essa transparência radical no processo jornalístico é fundamental para mantermos nossa credibilidade”, complementa, ao reforçar que busca fazer o que normalmente cobra por parte dos políticos e demais agentes públicos: transparência.

Contato com o público e com as fontes

A equipe liderada por Guilherme Amado no Metrópoles buscará fazer com que a palavra colaboração seja posta em prática de verdade, com os leitores ajudando no envio de informações e denúncias — a serem devidamente apuradas pelo time de jornalistas do projeto multimídia. Para isso, será criado ambiente para que materiais sejam compartilhados de modo seguro e sigiloso. Dessa forma, multimídia e cada vez mais próxima do público, a nova coluna já demonstra ter potencial para dar start a uma nova tendência no colunismo online do Brasil.

Guilherme Amado com um dos seus objetos de trabalho ao fundo: o Congresso Nacional. (Imagem: Divulgação)

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Conteúdo atualizado em 24/5/2021, às 18h25.

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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