Um dos principais veículos impressos do país em circulação, a Folha de S. Paulo passa a ter a equipe jornalística sob comando máximo de alguém que não tem o sobrenome Frias, família proprietária do grupo que mantém o diário. O fato não ocorria desde 1984, época em que Otávio Frias Filho, executivo que morreu em agosto do ano passado, assumiu como diretor de redação. Agora, a função passa a ser de responsabilidade de Sérgio Dávila, em substituição a Maria Cristina Frias, que ficou no cargo somente por sete meses. O anúncio da mudança na direção, com direito a ascensão do profissional que detém título de ser “Mestre do Jornalismo” pelo Prêmio Comunique-se, foi feito pela empresa de comunicação nesta segunda-feira, 18.
A promoção de Sérgio Dávila a diretor de redação coroa a relação profissional que ele mantém há 26 anos com a Folha de S. Paulo. Ele entrou no jornal em 1993 – e não saiu dele até hoje. Inicialmente, foi repórter da Revista da Folha. Na sequência, editou a ‘Ilustrada’, caderno voltado a destacar pautas culturais, de 1996 a 2000. Com o fim do milênio passado, mudou de função, de editoria e de país. Foi escalado para ser correspondente internacional. Apesar de baseado boa parte do tempo nos Estados Unidos, onde cobriu do atentado às torres gêmeas à primeira eleição de Barack Obama, percorreu outros países. Ao cobrir a Guerra do Iraque ao lado do repórter fotográfico Juca Varella, conquistou o Prêmio Esso de 2013, conforme informado pelo Portal dos Jornalistas.
Sérgio Dávila permaneceu trabalhando fora do Brasil até março de 2010, quando atendeu ao convite feito diretamente por Otávio Frias Filho. O então diretor e sócio do Grupo Folha queria promover o jornalista a editor-executivo. Responsabilidade prontamente atendida. Na condição de gestor, coube a ele liderar e acompanhar de perto diversas movimentações do jornal — no campo editorial e em questões financeiras. Na parte ligada diretamente ao conteúdo, foi um dos responsáveis por unificar as equipes do site e do impresso.
Ações que passaram pela mudança do nome oficial da divisão virtual, indo de “Folha Online” para “Folha.com” e, finalmente, “Folha de S. Paulo”, como há 90 anos aparece nas edições em papel. Investiu em contratações (sobretudo de colunistas), mas também esteve à frente de demissões em massa, os chamados “passaralhos”. Em 2011, cerca de 40 profissionais foram demitidos de uma única vez. Mais recentemente, em abril de 2018, cortes foram feitos em decorrência da unificação da redação com a do Agora, título popular do mesmo grupo.
Formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 1988, o prestígio conquistado por Sérgio Dávila na carreira vai além da edição de 2003 do Prêmio Esso. Ele, que começou na imprensa como editor-assistente das revistas Playboy e Veja São Paulo, tem outros reconhecimentos. Principalmente dos tempos em que atuava como correspondente internacional. Por vencer por três vezes a disputa “estrangeira” do Prêmio Comunique-se, conquistou o título de “Mestre do Jornalismo”. Ele venceu a categoria em 2005, 2007 e 2009. Nas três ocasiões, teve como antecessor dos troféus o saudoso Reali Jr. De volta ao Brasil, também destacou-se em cargo de liderança. Nos anos seguintes, como editor-executivo da Folha, chegou a figurar por vezes como indicado como “Executivo de Veículo de Comunicação”. Fora o agora diretor de redação da Folha de S. Paulo, a lista de notáveis do “Oscar da Comunicação” conta com outros 38 profissionais.
A promoção do “Mestre do Jornalismo” Sérgio Dávila não é a única novidade da Folha de S. Paulo. Então responsável pela direção da redação, Maria Cristina Frias também deixa de ser colunista, informa o site Poder 360. Ela vinha por anos assinando o espaço ‘Mercado Aberto’. Irmã de Otávio Frias Filho e Luiz Frias, presidente do Grupo Folha, a profissional segue como sócia da empresa — mas, no momento, sem nenhuma função editorial definida. O que chama a atenção é que a própria Maria Cristina Frias foi quem representou o jornal na homenagem feita por senadores na última semana.
O conselho editorial mantido pelo título foi outro ponto a oficializar mudanças nesta segunda-feira. Enquanto Celso Pinto e Janio de Freitas deixam o time de conselheiros, outros nove colaboradores do diário assumem cadeiras, além do próprio Sérgio Dávila: Ana Estela de Sousa Pinto, Cláudia Collucci, Cleusa Turra, Hélio Schwartsman, Heloisa Helvécia, Mônica Bergamo, Patrícia Campos Mello, Suzana Singer e Vinicius Mota. A equipe do conselho se completa com os já integrantes Rogério Cezar de Cerqueira Leite, Marcelo Coelho, Clóvis Rossi, Antonio Manuel Teixeira Mendes, Judith Brito e Luiz Frias.
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