Ex-gerente de jornalismo e apresentador lidera novo projeto da emissora. No retorno à Jovem Pan, Patrick Santos se torna podcaster e comanda o ’45 do Primeiro Tempo’
A partir desta sexta-feira, 4, a plataforma de podcasts da Jovem Pan passa a veicular o programa semanal ’45 do Primeiro Tempo’. Voltado a discutir propósito de vida e transição de carreira, a atração marca o retorno de um velho conhecido da empresa de comunicação. O projeto é liderado por Patrick Santos. Com mais de 24 anos de casa, ele deixou a emissora em agosto de 2018, quando era gerente de jornalismo e apresentador do diário ‘3 em 1’.
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Depois de deixar a JP, Patrick Santos tirou um período de descanso do meio radiofônico e da imprensa como um todo. Do sabático, surgiu a ideia de se lançar como escritor. O tema escolhido para a obra? Justamente o fato de analisar o seu real propósito de vida e analisar a sua transição (ou pausa) na carreira profissional. Batizado de 45 do Primeiro Tempo, o livro passa a ganhar espaço para além das prateleiras das livrarias e lojas virtuais para se transformar em projeto multimídia. Marca, a partir de agora, o retorno de Patrick Santos à Jovem Pan e a estreia dele no mundo dos podcasts.
Sobre o sabático, a volta à Jovem Pan, os assuntos a serem discutidos na versão podcast do ’45 do primeiro Tempo’ e os seus futuros trabalhos na comunicação, o jornalista Patrick Santos conversou com exclusividade com a reportagem do Portal Comunique-se.
Confira, abaixo, a íntegra da entrevista:
O que representa para você o retorno à Jovem Pan com o podcast do ’45 do primeiro tempo’?
Muita coisa. A Jovem Pan é minha casa, foram 24 anos, 3 meses e 17 dias [risos]. Fiz a minha carreira na emissora, onde comecei como estagiário, em 1994, até chegar à gerência de jornalismo, em 2013. Voltar, inicialmente com o podcast do ’45 do primeiro tempo’ é muito legal. Afinal, foi um projeto que surgiu durante o meu sabático. Mas tem outras coisas que também envolvem podcasts e a história da rádio que tocarei mais adiante.
Quais serão as pautas abordadas no projeto? Vão girar em torno de pessoas que acabaram obrigadas a mudar — ou optaram em dar uma guinada — em suas carreiras profissionais?
As pautas vão girar em torno de propósito de vida, transição de carreira e desenvolvimento humano. No decorrer da primeira temporada, vou trazer histórias de pessoas que deram uma guinada na vida profissional e pessoal, substituindo um pouco a implacável jornada de trabalho insana pela procura por mais felicidade e plenitude
O que o motivou a criar o projeto de podcast, ainda mais fazendo “link” com o livro que você publicou há meses?
Bom… Primeiro que a produção de podcast nunca esteve tão evidência como nos dias atuais, e a minha experiência no rádio me ajuda muito. O link com o meu livro, o 45 do primeiro tempo, onde conto a minha experiência de “pausar” a carreira, ocorre também pelo momento em que as pessoas estão em busca de histórias onde elas possam se inspirar.
“As pautas [do podcast] vão girar em torno de propósito de vida, transição de carreira e desenvolvimento humano”
Em nenhum outro período da história, a expressão “propósito para a vida” foi tão presente quanto nos últimos 40 anos. Só na internet, a busca pela palavra “propósito ”cresceu de 25 para 100, que é o nível máximo na escala do Google Trends. Mas por que, agora, essa procura? As pessoas podem até estar trabalhando mais, é verdade, mas com menos paixão e energia. Vou falar muito sobre isso, sempre trazendo personagens inspiradores. No primeiro capítulo tem um bate-papo muito legal com a jornalista, escritora e hoje empresária, Cláudia Giudice. Ela levou adiante um “plano B” depois de ser demitida após 23 anos de Editora Abril.
No ano passado, você decidiu deixar a Jovem Pan, onde era apresentador e gerente de jornalismo. Qual foi a importância de fazer essa pausa aos “45 do primeiro tempo” em sua carreira na imprensa?
Diria que foi transformadora. Passei a ver as coisas por uma outra perspectiva, a perceber que existem outras formas de se relacionar com o trabalho. Muitas possibilidades se abrem quando você se permite sair da “caixinha”, entender que as coisas podem ser feitas de outras maneiras. Durante muito tempo, fiquei fechado num modelo de trabalho que era contraproducente. Hoje, vejo que ficar 12, 14 horas dentro de uma redação pode não ter o efeito que se imagina. Ter produtividade requer outras questões, um outro olhar sobre a dinâmica de trabalho.
“Muitas possibilidades se abrem quando você se permite sair da “caixinha”, entender que as coisas podem ser feitas de outras maneiras”
Sua experiência com a Pan era direta com o dial. Precisou se adaptar para começar a produzir materiais exclusivos para o formato podcast?
Sim! Hoje tudo é multiplataforma. Quando eu comandava a redação esse movimento já vinha ocorrendo. Essa “pausa” me ajudou a estudar um pouco mais toda essa transformação. A Jovem Pan é um exemplo disso e hoje é pioneira nesse processo.
Você costuma dizer que a JP é a sua casa. Acredita que o podcast pode representar uma porta de entrada para seu retorno oficial à equipe da emissora?
Depois desse meu sabático, estou voltando para tocar alguns projetos da casa, mas não mais como executivo. Além do podcast do ’45 do primeiro tempo’, estou tocando um projeto de transformar o arquivo e a história da rádio em podcast. Em novembro, a Jovem Pan completará 75 anos. Tem muita novidade por vir. Além da rádio, estou em outros projetos paralelos, entre eles palestras sobre liderança e comunicação. Também estou me dedicando à produção do meu segundo livro.