AbrajiSede do VipSocial, em Santa Catarina, foi alvo de disparos na última semana. Ação ocorreu no mesmo dia em que o site produziu reportagem sobre uma ação policial
A sede do site VipSocial foi alvejada na noite de 12 de julho em Florianópolis. Por volta das 22h, atiradores não identificados dispararam contra o prédio que abriga o veículo de comunicação. O local estava vazio no momento do ataque. Segundo repórteres do site baseado em Santa Catarina, os agressores deixaram uma nota afirmando que “se você continuar apoiando o lado errado, sofrerá as consequências”.
O VipSocial publicou uma reportagem no mesmo dia do ataque, relatando sobre uma operação policial que matou um homem acusado de integrar uma gangue regional de tráfico de drogas, o Primeiro Grupo Catarinense (PGC). O veículo, focado no noticiário local, também publicou um perfil da pessoa morta na ação, detalhando suas ligações com o crime organizado. Ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), repórteres afirmaram que o ataque seja uma represália pela cobertura da operação.
Segundo Luiz Antônio Paulino Júnior, que trabalha no veículo desde sua fundação, todos os tiros foram “do chão ao teto”. “Acreditamos que eles esperaram que saíssemos, porque foi logo depois. Pelo que entendi, eles fizeram isso para não ferir gravemente ninguém. Foi uma forma de retaliação”, disse o jornalista para o CPJ.
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Segundo Júnior, nem o veículo nem nenhum de seus repórteres recebeu ameaças ou ataques antes desse episódio. Em decorrência do ataque, um dos funcionários do site pediu demissão. Outro pediu para não entrar no local por uma semana por preocupações com a própria segurança.
A polícia local, que está averiguando o caso, disse ao CPJ que não pode comentar a investigação. Em entrevista a veículos locais, o major da Polícia Militar Éder Jaciel afirmou que se trata de “um atentado contra a liberdade de imprensa”.
Nota de repúdio
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condena o ataque ao VipSocial. Violência e intimidação contra comunicadores são graves violações à liberdade de expressão. As autoridades policiais de Santa Catarina devem esclarecer com celeridade se os disparos constituem retaliação ao trabalho do veículo e garantir que os autores não saiam impunes.
