“O primeiro suicídio político transmitido em rede nacional de rádio e televisão”. Assim definiu Ricardo Noblat ao comentar, via Twitter, o mais recente depoimento do presidente Jair Bolsonaro. O colunista da Veja.com não foi, contudo, o único comunicador a usar as redes sociais para criticar a conduta do líder da República. O conteúdo exibido no rádio e na televisão na noite de terça-feira, 24, ajudou para unir jornalistas da direita e da esquerda contra o posicionamento do mandatário do país.
Ex-repórter da TV Globo, Cristina Serra avalia que é preciso ir além do impedimento de exercício do cargo. Para ela, Bolsonaro cometeu crime e deve ser preso. “Impeachment não basta. Cadeia nele!”, publicou em seu perfil no Facebook. Ricardo Noblat, por sua vez, não se limitou à questão do “suicídio político”. Ele questionou se o depoimento exibido em pleno horário nobre foi feito por uma autoridade ou por um “carniceiro”. Vera Magalhães, do Estadão e da TV Cultura, se atentou à rápida movimentação vinda do comando do Senado.
Em vez de cogitar a respeito de possível fim antecipado do governo Bolsonaro, um grupo de jornalistas preferiu colocar em discussão o real estado de saúde mental do presidente da República. Comentarista da BandNews FM e colunista da Folha de S. Paulo, José Simão não perdeu a piada. “Bolsonaro é positivo para a demência”, garantiu. Colunista do Correio Braziliense que afirmou que o mandatário e a primeira-dama do país podem estar infectados pelo novo coronavírus, Vicente Nunes foi enfático. “Bolsonaro precisa ser interditado já!”, indicou. Outros comunicadores fizeram alusão ao uso de camisa de força.
Em seu depoimento, Jair Bolsonaro ironizou o trabalho da imprensa na cobertura do coronavírus. Pelas redes sociais, jornalistas foram responsáveis por atitudes similares. Alguns ironizaram o discurso do presidente da República. Foi o caso de Mario Sabino. “Pense bem: sem Bolsonaro, que graça teria esta quarentena? Bolsonaro é também entretenimento”, pontuou o fundador do site O Antagonista e da revista digital Crusoé. Âncora da CNN Brasil, William Waack definiu a atitude presidencial em poucas palavras. “Irresponsável e fim”.
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