Quem melhor para falar do seu trabalho – Por Edson de Oliveira

Ninguém melhor para falar de você como profissional do que quem conhece seu trabalho, como seus colegas de lida ou seus clientes.

A autora de um dos últimos textos que revisei gostou tanto do trabalho que fiz para ela, que prometeu indicar-me a quem ela souber que estiver precisando dos serviços de um revisor, até porque foi por indicação, de uma amiga dela do meio acadêmico e – que mundo pequeno! – minha de trabalho, que ela acabou confiando-me a correção do texto dela.

Se eu não tivesse chegado com as próprias pernas aos dois primeiros empregos de minha legendária carreira de revisor, poderia dizer que, ao longo destas, até aqui, duas décadas e meia de lida nesta indústria vital, todos os meus trabalhos foram conseguidos por meio de indicação, como o que, graças a uma ex-revisora da segunda empresa de tradução e legendagem em que trabalhei, fiz durante mais de dois anos para uma editora de revistas de arquitetura e o que, graças a uma tradutora da mesma empresa lembrada antes, fiz para um escritório de design.

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Pela rapidez com que o cliente costuma mandar-me o trabalho e, quando tem ou adota, o manual de redação, estilo e padronização para a correção da obra, demorando só até eu informar o preço do serviço, quem me indica deve falar tão bem a meu respeito, que o cliente dispensa o envio do meu currículo.

Mas não pense que todos os que já me apresentaram a um emprego tenham sido colegas meus de lida, não, porque, por mais que você tenha uma rede de contatos de causar inveja, dificilmente algum deles vai querer, nem pagando – amigos, amigos; trabalhos à parte –, indicar você para o mesmo lugar em que ele trabalha, para não correr o risco de ter o filme dele queimado se você acabar não tendo sido uma boa aposta,

Infelizmente, nem todas as vezes em que uma indicação de trabalho bate à minha porta acabo fechando negócio com o cliente, porque, dependendo da pressa e do preço dele, da minha dificuldade de entender o texto dele ou minha falta de familiaridade com o assunto (imagine se um texto em uma língua que só quem o escreveu entende, como o juridiquês e o tecnês, é para todos os revisores encararem), nem sempre estou disponível para fazer um novo trabalho ou conciliá-lo com o que já está em minha mesa.

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Edson de Oliveira

Revisor há mais de 20 anos, corrigindo principalmente legendas de vídeo, transcrição de áudio, textos jornalísticos e acadêmicos, é editor dos blogues “Café Elétrico” e “Blogue da Revisão”.

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