A cobertura de uma manifestação em favor do presidente Jair Bolsonaro acabou em caso de polícia. Após marcar presença no ato protagonizado por bolsonaristas no dia 1º de agosto em Sorocaba (SP) e ser agredido, o jornalista Reinaldo Galhardo prestou depoimento nessa quinta-feira, 12. Ele compareceu à delegacia do 2º Distrito Policial da cidade do interior paulista.
Dono do site Station News Sorocaba, Galhardo foi empurrado por três manifestantes. Além disso, avisou ter sido cercado e insultado de “petista” por aproximadamente 20 pessoas. Alegando ter reagido à agressão, o jornalista foi contido por um dos organizadores do protesto. Por fim, o profissional teve danificado seu aparelho celular, que fora utilizado para gravar a manifestação. Parte da agressão foi registrada pela TV TEM, afiliada local da Rede Globo de Televisão.
Cubro todos os partidos políticos em Sorocaba e em São Paulo
Reinaldo Galhardo
Diante do ocorrido, Reinaldo Galhardo registrou boletim de ocorrência e realizou exame de corpo de delito, que não encontrou lesões aparentes. Com mais de 30 anos de carreira, o jornalista, com passagens por CBN e TV Metropolitana, lamentou essa que, segundo ele próprio, foi a sua primeira agressão no exercício da profissão. “Sou jornalista e cubro todos os partidos políticos em Sorocaba e em São Paulo”, afirmou o comunicador em contato com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo refere-se a Reinaldo Galhardo como “vítima” e avisa que a agressão sofrida pelo jornalista está sendo investigada. “Todas as circunstâncias relacionadas aos fatos estão sendo apuradas pelo 2º Distrito Policial de Sorocaba, que trabalha para esclarecer o caso. A vítima foi ouvida e diligências estão em andamento. A Polícia Militar, por meio do 7º Batalhão da PM do Interior, recebeu a denúncia no último dia 2 e também instaurou um procedimento apuratório”, afirma o órgão.
É mais um grave ataque ao exercício jornalístico e à democracia
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, o caso acaba por abalar a liberdade de expressão e a democracia. “A agressão sofrida pelo jornalista sorocabano é mais um grave ataque ao exercício jornalístico e à democracia”, afirma a entidade em manifesto protocolado junto à Câmara dos Vereadores de Sorocaba.
Presidente do Movimento Conservador de Sorocaba, grupo que organizou o ato bolsonarista no começo do mês, Edson Salomão afirmou, segundo a Abraji, repudiar qualquer tipo de agressão. Em e-mail enviado à entidade, ele garantiu que os agressores não fazem parte do bloco sob a sua liderança. “As pessoas que supostamente agrediram o jornalista não têm nenhum vínculo com nosso movimento e não são filiados ao nosso instituto conservador”.
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