AbrajiHoras depois, comentário feito no Facebook do repórter ameaçou: “Os próximos tiros vão ser na cara para deixar de ser falador”
O repórter Gabriel Barbosa da Silva, conhecido como Binho, colaborador do jornal digital Verbo Online, que cobre municípios da região sudoeste da Grande São Paulo, foi alvo de disparos na madrugada de 28 de dezembro. Ele voltava de reunião pela rodovia Régis Bittencourt quando sua motocicleta foi atingida por um carro na altura do quilômetro 279.
Na queda, o repórter deslizou por um barranco até rua paralela à rodovia. O mesmo carro que o havia atingido passou, então, pela rua e um dos passageiros efetuou três disparos em sua direção.
Horas depois, um comentário em uma postagem com votos de natal no Facebook de Binho ameaçou: “Os próximos tiros vão ser na cara para deixar de ser falador”. O texto, com faltas ortográficas, foi postado em nome de “Samuel Salve Geral”.
O jornal Verbo Online se dedica à cobertura de política local, e o repórter acredita que o ataque pode ter relação com as charges que vinha assinando em reportagens recentes.
A ocorrência foi registrada na Delegacia Central de Embu no dia 4 de janeiro de 2018. Na tarde de sexta-feira, 5, Gabriel Binho participou de reunião na sede do Instituto Vladimir Herzog, em São Paulo, que contou também com as presenças da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e da Artigo 19.
Além dessas entidades, que atuam na defesa da democracia e da liberdade de expressão, o Ministério Público também se comprometeu a acompanhar o caso.
A Abraji e as demais organizações que participaram da reunião de sexta-feira cobram prioridade na investigação pela polícia paulista deste ataque. “É fundamental que seja esclarecido o motivo da agressão e que os autores sejam identificados. A impunidade num crime contra um comunicador serve de estímulo para que violações à liberdade de expressão e imprensa se perpetuem”, declara a entidade.
