O repórter fotográfico Carlos Gildário Lima de Oliveira, conhecido como Dário Oliveira, foi atingido por um tiro de arma letal nesta tarde. O profissional baleado estava na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, cobrindo um conflito entre a polícia e usuários de drogas que começou na tarde desta quinta-feira, 23, para a agência Código 19. Além dele, outro profissional da imprensa foi atingido. Trata-se de Marcelo Chello, freelancer que estava trabalhado para a Framephoto.
De acordo com as informações da Folha de S. Paulo e a nota da Secretaria de Segurança Pública do estado, a polícia do patrulhamento realizou abordagem na rua Helvética com a rua Dino Bueno. Na ocasião, um grupo de pessoas teria reagido com depredação e fogo, no que a polícia respondeu com bombas de efeito moral e balas de borracha. A situação transformou a região em um espaço de guerra, conforme o jornal mostrou em uma série de imagens registradas por Danilo Verpa, da Folhapress.
Diante da situação, Dário também estava no local fazendo a cobertura quando foi baleado na perna. A Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo (Arfoc-SP) informa que ele foi levado à Santa Casa, sendo atendido no pronto socorro. O profissional passa bem e não corre risco de morte. Ainda não há previsão de alta.
No caso de Chello, o celular acabou salvando o repórter fotográfico de um acidente pior. É isso que conta a Folha ao noticiar que o profissional também foi baleado na coxa direita. O tiro atravessou a calça e o celular. O aparelho ficou destruído, mas impediu que o freelancer se machucasse.
Para a Arfoc-SP, a situação de violência contra a imprensa é inadmissível. “Solicitamos às autoridades providências urgente no sentido de identificar e punir o autor dos disparos contra os jornalistas. Repudiamos a violência contra o jornalista no exercício da profissão”, afirma a entidade em nota oficial.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) também falou sobre o assunto. “Mais uma vez, é inaceitável que o trabalho da imprensa esteja tão vulnerável aos ataques de agentes públicos que deveriam zelar pela segurança da população. A Abert considera fundamental que as forças de segurança recebam treinamento para entender o papel da imprensa na cobertura de fatos jornalísticos. Pedimos às autoridades locais a apuração rigorosa dos fatos e a punição dos responsáveis”, afirmou em nota.
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