Em meio às férias, recebo a informação de que a redação da Crusoé iniciou suas atividades nesta semana. Ação feita diretamente de Brasília. Quem acompanha o Portal Comunique-se conferiu – com exclusividade – que Crusoé é o nome da revista digital idealizada por Diogo Mainardi e Mario Sabino, criadores do site O Antagonista. À frente do novo projeto está Rodrigo Rangel, que deixou a Veja no fim de fevereiro.
Há oito anos trabalhando diretamente com notícias sobre os “amigos da comunicação”, sempre vejo com bons olhos a transformação de repórteres experientes em gestores da imprensa. Nem sempre essa migração da reportagem para a gestão dá certo. Em muitos, porém, o sucesso é perceptível até para quem não é da área. São os casos, por exemplo, de Leonardo Mendes Júnior (Gazeta do Povo) e Franz Vacek (Rede TV). O primeiro tem ajudado a transformar um título de alcance regional em marca relevante em nível nacional. O segundo chama a atenção pelas inovações e contratações de nomes de peso no jornalismo da emissora televisiva.
Nos primeiros passos como diretor de redação da Crusoé, título que ainda não tem definida a data de lançamento, Rodrigo Rangel demonstra que entrará para o bom time de líderes da nossa imprensa. A montagem da equipe da futura revista digital dá a entender isso. O jornalista-gestor tem buscado nomes presentes em outras redações – sejam elas do impresso ou nativas digitais.
Com a missão de construir um time enxuto, mas de primeira, conforme ressaltado anteriormente pelo Portal Comunique-se, o mais novo diretor de redação tem sido preciso nas contratações. O primeiro a chegar ao projeto foi Filipe Coutinho. Com passagem pela revista Época, o agora repórter da Crusoé vem diretamente de outro veículo de comunicação 100% online. Ele permaneceu por um ano na versão brasileira do BuzzFeed News.
Agora, Rodrigo Rangel reforça a Crusoé com mais dois jornalistas: Caio Junqueira e Eduardo Barreto. O primeiro, que focará na produção de material sobre os bastidores do poder, era coordenador de política do Estadão. O segundo, apesar de jovem, traz experiências no currículo. Foi trainee de redação do Estadão, passou pelo jornal O Globo, colaborou para a Associated Press e estava na equipe do Poder360, site criado e administrado por Fernando Rodrigues.
O novo gestor da imprensa brasileira sinaliza, assim, que a informação apurada no momento de sua saída da Veja está correta: montar uma equipe pequena, mas que seja capaz de produzir bons textos e furos jornalísticos para o novo projeto dos sócios de O Antagonista. Tudo isso com o acréscimo de que o profissional número 1 da Crusoé apresenta uma carreira recheada de premiações. Em 15 anos de trabalho, foram três Esso e um Imprensa Embratel, além de reconhecimentos internos nos tempos de editoras Globo e Abril e indicações ao Prêmio Comunique-se.
As premiações conquistadas Rodrigo Rangel foram, sobretudo, por causa de seu talento em contar boas histórias e cavar informações exclusivas. Que consiga imprimir esse ritmo na Crusoé, em sua estreia como diretor de redação. Isso feito, o público do bom jornalismo agradece.
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