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Vida do jornalista Mauri König vai virar filme

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“A gente trabalha esperando produzir algum efeito com a reportagem, mas sem imaginar que vai ter esse tipo de reconhecimento”, diz o jornalista. Documentário resgatará reportagem que fez com que Mauri König fosse ameaçado de morte (tendo, inclusive, de deixar o Brasil)

O jornalista e ex-diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Mauri König foi escolhido como protagonista do primeiro filme de uma série de documentários sobre jornalismo investigativo ao redor do mundo. O longa “The Thinnest Border” (“A fronteira mais fina”, em tradução livre) contará a história da investigação feita por König, Diego Ribeiro, Felippe Aníbal e Albari Rosa. O quarteto apurou irregularidades no gerenciamento de recursos da Polícia Civil no Paraná. O trabalho resultou na reportagem “Polícia Fora da Lei”, publicada na Gazeta do Povo em 2012.

O filme foi produzido pela Ecocinema, com apoio da Transparência Internacional, entidade que luta contra a corrupção, e o Ministério de Relações Exteriores do Canadá. A Ecocinema é uma plataforma de comunicação que atua em diversos países da América Latina.

Segundo o diretor do longa, Gonzalo Lamela, seis jornalistas foram selecionados para compor a série “Minha caneta é minha arma”. A produção falará sobre os bastidores do jornalismo investigativo. “Os jornalistas tinham que ter uma experiência de vida que gerasse inspiração nas pessoas que assistem o filme”, comenta Lamela. O objetivo da produção é combater a corrupção no mundo. Isso por meio da mudança de valores, expondo os riscos que jornalistas correm nas investigações e o que os motiva a fazer seu trabalho.

Mauri König foi escolhido para protagonizar o primeiro documentário por causa de sua atuação jornalística na tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai. “Pensamos que o Brasil poderia ser um símbolo de casos de corrupção em fronteira, porque é o país que tem mais quilômetros de fronteira em toda a América”, justifica Lamela.

Mais um reconhecimento

Mauri König disse que ser escolhido para o documentário foi “lisonjeador”, uma vez que há milhares de jornalistas investigativos no Brasil. “A gente trabalha esperando produzir algum efeito com a reportagem, mas sem imaginar que vai ter esse tipo de reconhecimento”, afirma. “Estou bem feliz com isso”. Essa não é a primeira vez que o jornalista é homenageado pelo seu trabalho. Em 27 anos de carreira, o jornalista acumulou 38 prêmios, entre eles dois Esso e dois Vladimir Herzog. Em 2013, foi vencedor do Maria Moors Cabot Prize, a premiação mais antiga de jornalismo.

A reportagem “Polícia Fora da Lei”, que será esmiuçada no documentário, foi finalista do Prêmio Esso de 2012. Por causa das irregularidades expostas após a investigação, Mauri König e sua família foram ameaçados. Eles tiveram que deixar o Brasil durante alguns meses. Sobre esse e outros episódios de agressão contra profissionais da imprensa, o jornalista comenta. “A violência contra um único jornalista é um atentado à democracia. É bem triste que a gente tenha que conviver com esse tipo de ameaça”.

Sua cobertura de fronteira, que também será abordada no filme, levou o jornalista a fazer diversas viagens ao Paraguai. Em uma dessas visitas, em 2000, como repórter do jornal O Estado do Paraná, Mauri König foi parado na estrada por três homens vestidos com a farda da guarda nacional do país e violentamente agredido. O episódio foi investigado pelo Ministério Público do Paraguai. O caso, contudo, foi arquivado por “falta de provas”.

“A violência contra um único jornalista é um atentado à democracia. É bem triste que a gente tenha que conviver com esse tipo de ameaça”

Hoje, Mauri König é professor universitário em Curitiba. Ele tenta transmitir aos alunos a prática de um jornalismo que chama de “idealista”. “Gosto de mostrar o quão importante é a profissão para trazer os alunos para o lado bom da força”, comenta. “Há coisas que nos movem no jornalismo que não são o dinheiro. E eu tento passar esses ideais adiante”.

O lançamento de “The Thinnest Border”, o primeiro filme da série “Minha Caneta é Minha Arma”, está previsto para junho. Lamela conta que a produção está passando por ajustes finais e outros jornalistas já foram convidados para os próximos filmes.

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Por Natália Silva.

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Abraji

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Criada em 2002 por um grupo de jornalistas brasileiros interessados em trocar experiências, informações e dicas sobre reportagem, principalmente sobre reportagens investigativas. É mantida pelos próprios jornalistas e não tem fins lucrativos.

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