“Quando minha voz começou a voltar, passei a escolher melhor os momentos em que falaria algo”. Lygia Pontes relata o que fez quando encarou um resfriado
Leia, abaixo, o artigo de Lygia Pontes
Há algum tempo, peguei um resfriado e perdi a voz. Foi praticamente uma semana sem falar. Foram dias complicados, porque adoro uma boa conversa e porque precisei desmarcar diversos compromissos, inclusive reuniões com clientes. Ao mesmo tempo, foi um período de muitas reflexões. Uma delas foi sobre a forma como usamos os nossos recursos – na verdade, sobre como eles são desperdiçados, principalmente o tempo.
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Foi por isso que, quando minha voz começou a voltar, passei a escolher melhor os momentos em que falaria algo – um pouco porque ela ainda não estava 100%, mas também porque eu me perguntava “eu preciso mesmo falar isso?”. E por ficar mais em silêncio, consegui observar e ouvir melhor os outros ao meu redor – e como as pessoas desperdiçam esse recurso! Um ótimo exemplo para mim foi ouvir alguns áudios no WhatsApp sendo gravados. A grande maioria deles poderia ter apenas poucos segundos, mas se estendiam por longos minutos, com pontos sendo repetidos diversas vezes. É muito desperdício de voz!
“Eu preciso mesmo falar isso?”. Foi o que Lygia Pontes chegou a pensar
Esse exemplo das mensagens de voz me fez pensar sobre outro recurso que também desperdiçamos: o tempo. Quando falamos o que não precisamos, usamos mais tempo do que o necessário e, neste caso, quem se prejudica é quem grava o áudio e quem o recebe, ou seja, ninguém sai ganhando nessa situação.
Parece exagero pensar assim, afinal, é só uma mensagem. Mas se somarmos o tempo que desperdiçamos com essas “bobagens” ao longo de um dia, vamos ver que as horas simplesmente desaparecem, exatamente como a minha voz. Por isso, antes de agendar um compromisso, enviar uma mensagem ou dizer algo, pergunte-se: “eu preciso mesmo fazer isso?” É uma atitude simples, mas que no final de um dia, vai trazer uma satisfação enorme, afinal, você terá feito o que precisa e ainda terá energia, voz e tempo.
“Os que empregam mal seu tempo são os primeiros a se queixar de sua brevidade” Jean de la Bruyère.
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Por Lygia Pontes.